“A hora do lobo” de Jean-Jacques Annaud (realizador francês de “A guerra do fogo”), candidato chinês ao Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, foi desqualificado pelo comité de seleção da Academia, pois segundo o presidente do comité Mark Johnson, numa carta enviada ao realizador a 9 de Outubro, “a contribuição artística” não era maioritariamente chinesa, acrescentando ainda que uma parte da equipa técnica – o realizador, um produtor, dois argumentistas, o compositor e o diretor de fotografia – não era de nacionalidade chinesa.
Annaud respondeu numa declaração: «Fizemos o nosso filme a partir de um best-seller chinês, com atores inteiramente chineses, em línguas da China – o mandarim e o mongol – e é uma história com um conteúdo chinês. Estou estupefacto. Fazem-me rir, quando me falam de uma larga equipa francesa, éramos sete! Havia 600 chineses no plateau, sem contar com os atores e as 2000 pessoas que trabalharam na pós-produção, todos na China! Porque é que a China não pode ter as mesmas possibilidades que Hollywood? Talvez que haja uma inquietude por parte dos americanos em relação à internacionalização do cinema chinês?»
O filme, que estreia em Portugal a 22 de Outubro, teve um orçamento de 35 milhões de euros, sendo que 80% do valor foi financiado pela China. Entretanto, o comité de Pequim já substitui o seu candidato por “Go away, Mr. Tumor”, uma comédia de Han Yan.