Critica – “A Torre Negra”, de Nikolaj Arcel

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Monstros, ficção científica, mundos paralelos, a eterna luta Bem vs Mal, o poder da esperança e o “brilho” de uma criança, tudo unido por uma torre. Uma Torre Negra.

Para quem gosta de terror e de ficção, Stephen King é o autor a seguir! E a industria cinematográfica já usou algumas das suas obras para filmes de sucesso, uns mais que outros é verdade, e tem material para continuar. The Shinning, Pet Sematary, Misery, The Shawshank Redemption, The Green Mile, Dreamcatcher e Carrie são alguns dos exemplos de livros que foram adaptados ao cinema; It já está a caminho; e a saga The Black Tower acabou de estrear, restando saber se vão adaptar os 8 livros ou se ficamos por aqui.

Nikolaj Arcel, argumentista de ‘Millennium 1 – Os Homens que Odeiam as Mulheres’, apesar de não nos ter trazido um mau filme, acabou por deixar aquém aquilo que é um livro de King. Onde King nos consegue transportar para outros mundos e nos fazer crer que somos parte de uma história, não foi conseguido neste filme. Apesar da narrativa que se desenrola em dois mundos diferentes, onde cada um ‘invade’ o outro, e onde ambos se cruzam, acabamos por ficar um pouco sempre no mesmo sitio na nossa imaginação, nunca nos fazendo sentir parte de alguma das realidades. No entanto, a realização permite-nos perceber o enredo e como os mundos se cruzam e o porquê de isso acontecer. As lutas, apesar de nos deixarem empolgados, acabam por ser tão rápidas a terminar que não nos dão tempo suficiente para irmos ao ‘nirvana’ do wow! Apesar disto, os efeitos à Matrix e os cenários tipo Lord of The Rings, acabam por nos deixar com um sorriso no rosto.

Nos papéis de bom e de vilão temos Roland Deschain, ou Gunslinger (Idris Elba), e Walter O’Dim, ou The Man in Black (Matthew McConaughey), respetivamente. Nenhum deles tem uma interpretação de destaque, mas o suficiente para percebermos que Idris é um ator que merece aparecer noutros filmes e que Matthew está a querer deixar o passado das comédias românticas e assumir um papel de vilão nos filmes, faltando-lhe ainda adquirir a expressão facial que o consiga demonstrar. Idris consegue transmitir-nos uma personagem consumida por um desejo de vingança que, a pouco e pouco, o afasta da luz e esquecer o seu propósito e trabalho como Pistoleiro e defensor da Torre Negra. Já Matthew, neste seu papel de vilão que quer destruir Roland e a Torre Negra, tem uma interpretação fraca que em nada nos dá a sensação que estamos na presença de um verdadeiro senhor do mal. Outra personagem em destaque é Jake Chambers (Tom Taylor), que se vê envolvido nesta batalha após uma série de sonhos onde vê o Man in Black a tentar destruir a Torre.

A banda sonora passa completamente despercebida, não acrescentando nada à experiência de ir ver este filme no grande ecrã. A fotografia é boa e consegue mostrar-nos dois mundos completamente diferentes: um, uma Terra desolada e praticamente inabitada; outro, uma Terra com as suas cidades sobrelotadas com  milhares de pessoas na sua azáfama do dia a dia. Sobra-nos os efeitos especiais onde se conseguem alguns pormenores interessantes, como as lutas contra os monstros, e outros já antes vistos e que, infelizmente, nos lembram um Matrix e nos afastam um pouco desta batalha pela defesa de todos os universos.

Em suma, é um filme que não deslumbra mas que também não desilude.

Quando se fala em adaptações de livros para o cinema, ficamos (quase sempre) com aquela sensação que feito de outra forma resultaria melhor. Quem já leu o livro vai achar que foi uma tentativa falhada e que não honra o nome de King; quem ainda não leu o livro, mas gostar do género terror/ficção/fantástico, é bem provável que fique com vontade de o fazer. Como disse no início, The Dark Tower é uma saga e tem um total de 8 livros, por isso, se vamos ter mais filmes a continuar esta história, penso que só dependerá do sucesso da bilheteira.

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