Crítica: “Descarrilada” de Judd Apatow

© Universal Pictures
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Um aviso importante à navegação, antes de ler este artigo: eu adoro comédias românticas. No entanto, entro sempre na sala de cinema muito expectante porque é muito fácil cair em clichés neste género.
Afinal… de quantas formas diferentes é que se pode apresentar a mesma história de sempre? Homem conhece mulher, apaixonam-se, algo acontece, chateiam-se, fazem as pazes e são felizes para sempre?

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Desde criança que Amy (Amy Schumer) foi convencida pelo Pai (Colin Quinn) que a monogamia não era realista. E como menina obediente, acabou por viver uma vida descomprometida, desinibida e sem muitas regras. A verdade é que está presa a uma rotina e quando se apaixona pelo médico desportivo Aaron Conners (Bill Hader), terá que enfrentar tudo o que não teve coragem até aquele momento. Incluindo a sua maior fobia, o compromisso.

Poder-se-ia supor que sendo um filme muito focado numa personagem feminina, tudo andaria à volta desse universo mas este não é o caso.
Há momentos em que só as mulheres vão poder perceber inteiramente (conversa do tampão) mas como as gargalhadas dos homens presentes na sala do cinema me provaram, há momentos que são transversais (a cena do namorado no cinema).

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A actuação de Amy Schumer surpreendeu-me porque não se limitou apenas a apresentar o seu lado cómico, tendo a coragem de explorar outras emoções. E transmitiu-o de forma muito credível.

Ao longo de todo o filme, um dos pontos fortes que sobressai é o conjunto dos diálogos notando-se o traço de stand-up comedy, com um toque muito realista, inteligente e actual.

A forte presença das personagens secundárias (ainda com direito a várias personalidades do mundo desportivo) também é de se notar, trazendo momentos cómicos únicos mas também uma credibilidade ao filme que era necessária.

Fazendo um paralelismo com a nossa vida, senti que o filme não teve um ‘grande momento’ mas vários que foram ajudando ao desenrolar do grande final.

“Descarrilada” é a grande estreia de Amy Schumer no grande ecrã, como guionista e actriz.
Responsabilidade a dobrar que foi muito bem conseguida, numa comédia que demonstra que é preciso ter-se coragem para encarreirar… com o que o nosso coração quer.

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