Game of Thrones só o é graças às Crónicas de Fogo e Gelo de George R.R. Martin – vénia e minuto de silêncio. Mas, será a adaptação totalmente fiel? Vamos descobrir.
A história de Game of Thrones é tão complexa que se arranja sempre um novo tema ou teoria a desenvolver. Mas tudo isso só é possível porque a adaptação, partindo das Crónicas de Fogo e Gelo, de George R.R. Martin, advém de um universo cru e ainda mais grotesco: os cinco livros (em falta ainda dois, sem data prevista de edição) de George R.R. Martin fazem as delícias dos leitores pela narrativa em perspetiva (das personagens), os cenários pungentes e a lentidão que só a escrita permite no experienciar do enredo.
Todavia, obra literária e adaptação entram muitas vezes em rota de colisão e acabam por divergir em diversos pontos. E por variados motivos. Enquanto evoluímos para um fóssil, aguardando a derradeira temporada de Game of Thrones, aqui ficam algumas dessas curiosas divergências.
Ora, ora, antiguidade das personagens. Na série o Lorde Eddard Stark (Sean Bean) apresenta um rosto carregado e austero. No entanto, a verdade é que originalmente não ultrapassaria os 35 anos. Bem como, por exemplo, Jon Snow que deveria ter 14 apenas – Kit Harington sem barba cortada e aquele tufo de cabelo não parecia ter muito mais, no início da série, realmente!
Catlelyn Stark (Michelle Fairley) morre efetivamente no bestial Red Wedding, degolada e atirada depois ao Ramo Verde sem roupa. Todavia, acaba por ser resgatada e reanimada à vida pelo grupo do Dondarrion (detentor em titulo do record da ressurreição), reanimando-se para Lady Stoneheart – ela entretem-se a enforcar todos os Frey que encontra pelo caminho, inclusive, a própria Brienne de Tarth (Gwendoline Christie) e Podric Payne (Daniel Portman) – não estavam à espera desta? É verdade, na sua demanda em lhes resgatar as filhas, ironia, Brienne dá de caras com o grupo e graças à Cumpridora de Promessas, cedida gentilmente por Jaime Lannister (Nikolaj Waldau), acaba por ser acusada de traição e morre, supostamente.
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Paralelamente, não é Sansa que é enviada para o Norte para casar com Ramsay Bolton (Iwan Rheon). Quem toma o seu lugar é Jeyne Poole, nomeada de Arya Stark para conquistar os favores dos senhores do Norte. No entanto, Jeyne não foi incluída na película televisiva. Ramsay é completamente deplorável, sem dúvida. Contudo, não há qualquer referência à subtração do membro viril de Theon Greygoy (Alfie Owen-Allen).
Para os lados de Dorne, a princesa Myrcella perde uma orelha devido a uma emboscada mal-amanhada de Arianne Martell. Esta última é filha de Doran Martell (Alexander Siddig). Acabou por não ter lugar na série, assim como o seu outro filho, Quentyn Martell, que parte para a Baía dos Escravos com a intenção de desposar Daenerys Targaryen (Emilia Clarke), mas acaba estupidamente chamuscado por Rhaegal quando tem a brilhante ideia de se tornar domador de dragões.
Por último, fomos levados a crer, no decorrer nas temporadas, que Azor Ahai, o herói prometido, com uma espada flamejante para pôr fim à Longa Noite, era Aegon Targaryen, que é como quem diz, Jon Snow. Well, nos livros, o primogénito de Rhaegar Targaryen está vivo pois foi resgatado e protegido pelo melhor amigo de Rhaegar, Jon Connington. Este último camuflou a identidade verdadeira de Aegon, mas preparou-o a todos os níveis para se tornar rei… Bem vistas as coisas, é ele o herdeiro legítimo do Trono de Ferro.
Como é que George R.R. Martin descalçará esta bota não se sabe até porque existem vários apontamentos, paralelamente, de uma promessa feita a Lyanna por Ned Stark – No último livro, Jon Snow é assassinado pelos seus camaradas, mas já sabemos que morrer nesta história não é sentença definitiva.
Aguardaremos serenamente os próximos episódios e edições até porque o inverno… vocês sabem.