“Todo o Dinheiro do Mundo” – Convulto, frio e desapaixonado

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A história do rapto de John Paul Getty III e a tentativa desesperante da sua mãe para convencer o bilionário J.P. Getty, seu avô, a pagar o resgate.

A história verídica que este filme tenta recriar, podia ser uma de forte tensão e cariz dramático ao estilo dos grandes thrillers de anos passados. Filmes como “The French Connection” de William Friedkin, “The Conversation” de Francis Ford Coppola ou “Zodiac” de David Fincher, são caracterizados pelo peso dos seus diálogos, a complexidade dos seus personagens e a urgência da situação em causa. A combinação destes elementos, geralmente, dá origem a uma história que cativa o público do início ao fim.

Digo geralmente porque “Todo o Dinheiro do Mundo” é a excepção à regra.

Estamos perante um filme convoluto, frio e desapaixonado. Algo incomum quando o realizador em causa é Ridley Scott (Blade Runner, Gladiator, Prometheus, Alien Covenant). Só posso esperar que num futuro próximo, tenhamos acesso a um Director’s Cut que seja bem melhor.

O argumento é cheio de lacunas como se tivesse sofrido imensos cortes durante o processo final de montagem. E o elenco, à parte de Michelle Williams e Christopher Plummer, é desprovido de vida emocional. Nunca personagens verídicos pareceram tão mortos.

É lamentável que uma história tão interessante e potencialmente cativante foi tão subaproveitada. Podíamos ter dois filmes em vez de um. Um sobre a ascensão de J.P. Getty ao título de homem mais rico do mundo e outro sobre o rapto do seu neto e a sua recusa em pagar o resgate.

Mais lamentável foi o escândalo que assombrou o lançamento do filme e deu origem à substituição de Kevin Spacey por Christopher Plummer, e por consequência, o hype criado pelo estúdio para, numa tentativa fútil, salvar aquilo que não podia ser salvo.

Nem “Todo o Dinheiro do Mundo” cura o que nasce torto…

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