As 9 maiores críticas dos fãs a “Star Wars: Os Últimos Jedi”

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O último filme da saga “Star Wars” chegou e dividiu as críticas: alguns gostam, os fãs mais ferrenhos odeiam. Estas são nove das maiores críticas dos fãs a um filme que está a dividir toda uma “fanbase”.

Aviso: o artigo seguinte irá conter spoilers de “Os Últimos Jedi”. Poderás ler a nossa crítica ao filme aqui.

“Filler” e plots esquecidos

As queixas menores focam-se ou nos plots impostos por “The Force Awakens” e que foram descartados, ou nos momentos que se fossem tirados não fariam dano à história principal contada. Uma hipótese colocada para a primeira situação poderá ter a ver com a decisão de trocar de realizador: de J. J. Abrams passamos para Rian Johnson, cujas perspetivas são notavelmente diferentes.

Muitos dos plots e questões establecidas por Abrams foram completamente esquecidos nesta continuação? A história do sabre de Luke Skywalker? Ninguém a referiu neste filme. Os “Knights of Ren” que apareceram na visão de Rey? Completamente esquecidos. A backstory de Rey? Mencionada numa breve troca de palavras.

Para muitos o filme também teve momentos que se arrastaram em demasia, sendo Canto Bight uma das partes do filme das quais os fãs mais se queixam, devido ao facto de, no fim de tudo, ser uma parte do filme que não leva a nada. Além disso existe também um fator que será abordado no tópico seguinte.

Personagens desinteressantes

Poe Dameron, Finn e Rose são os alvos principais desta crítica, embora também Rey e Luke Skywalker tenham também o seu próprio tópico mais à frente neste artigo.

Poe Dameron acaba por ser considerado por muitos como uma personagem impulsiva e irracional devido ao seu constante desafio contra as figuras de autoridade femininas. Finn não tem um desenvolvimento significativo a partir do momento em que acorda, tirando o seu confronto com Phasma (outro tópico desapontante para muitos fãs). Quanto a Rose, apesar da sua introdução e arco terem sido relativamente interessantes (dependendo da opinião do leitor face a Canto Bight), o seu papel final acaba por ser considerado como o de uma personagem introduzida para ser um interesse amoroso. Aliás, a relação entre ela e Finn acaba por ser todo um outro tópico de discussão.

Seja pelo acting de Laura Dern ou pelo facto de a personagem apenas fazer algo significativo durante o seu “ataque kamikaze”, Amilyn Holdo foi outra personagem que não caiu bem aos fãs. É evidente que a personagem de Leia teve um peso mais significativo como líder, embora seja revelada a confidência entre ela e Holdo noutra das falhas apontadas à história.

Capitã Phasma… esperem, quem?

Uma das promessas deixadas para este filme foi o regresso da Capitã Phasma, bem como uma oportunidade de explorar a sua backstory. Uma das razões estava relacionada com o facto de ser Gwendoline Christie (conhecida por muitos como a Brienne de “Game of Thrones”) a dar a pele a uma personagem que prometia ter uma presença intimidante pelo que se pode ver na película anterior. O regresso aconteceu de facto… por breves instantes.

Depois de Finn e Rose serem capturados Phasma reaparece, preparada para executar os dois. No entanto, naturalmente a execução não acontece e segue-se um confronto entre ela e Finn. A luta, apesar de bem coreografada, acaba rapidamente e a antagonista cai para a sua morte. Naturalmente foi um dos fatores mais decepcionantes para os fãs não só devido a ser Gwendoline Christie a encarná-la, mas também pelo potencial que a vilã poderia ter tido. Infelizmente Rian Johnson confirmou que Phasma não irá mais voltar.

“Super Leia Poppins”

Uma das personagens que os fãs estavam desejosos de voltar a ver era Leia, interpretada por Carrie Fisher. A atriz morreu tragicamente há um ano devido a apneia do sono em conjunto com outras complicações devido ao estilo de vida que a atriz levou em vida (nomeadamente com abuso de substâncias).

No entanto a sua aparição no filme levou a um momento que rapidamente foi satirizado pela internet. Durante um confronto com a Primeira Ordem, a nave na qual a General Leia está sofre uma explosão que faz com que todos os que estavam a bordo fossem sugados para o espaço. Leia fica a flutuar no espaço, aparentemente a morrer aos poucos, quando de repente algo acontece.

A líder dos rebeldes “usa a força” para recuperar a consciência e flutua até à nave mais próxima onde a deixam entrar para recuperar eventualmente. Muitos acharam o momento ridículo não só pelo que acontece a um corpo humano sem proteção no espaço (o corpo vai congelando e a pessoa leva 15 segundos até perder a consciência e em menos de dois minutos o óbito acontece), mas também pela forma estapafúrdia como Leia voa pelo espaço, de uma forma comparável ou a Mary Poppins ou ao Super Homem.

O humor forçado

Embora Star Wars sempre tenha tido uma certa dose de humor, o estilo que este filme escolheu não caiu muito bem a muitos fãs. Seja pelo seu tom mais moderno ou pelo seu estilo ter sido muito equiparado aquele usado pela Marvel, muitos foram os espectadores que acharam algumas piadas mais irritantes que engraçadas.

O maior exemplo acontece no início do filme quando Poe Dameron e o General Hux trocam uma chamada entre si. O momento para muitos pareceu um momento parecido com skits humorísticos ao estilo de Saturday Night Live ou Family Guy. Além de várias piadas com o nome de Hux há ainda uma “mom joke”. Isto não caiu muito bem especialmente aos fãs da trilogia clássica.

Finn + Rose = Não convence!

O romance entre Finn e Rose foi considerado como uma das narrativas mais forçadas e embaraçosas de todo o filme. Muitos consideram a química entre as duas personagens forçada e pouco convincente, além de também ter sido este romance algo que levou a um dos momentos considerados como dos mais ridículos para os fãs.

Apesar dos dois se irem conhecendo durante a parte do filme passada em Canto Bight, a forma como se encontram pela primeira vez foi considerada estranha para muitos, devido ao facto de Rose já ter uma certa “obsessão” por Finn. Muitos acharam que o dito “romance” acabou por acontecer de forma muito rápida.

Além disso foi Rose quem impediu Finn de se sacrificar pela rebelião. O momento poderia ter sido trágico e marcante (quer morresse ele, quer morresse ela), no entanto os dois sobrevivem. E depois Rose acaba por dizer aquela que é capaz de ser a deixa mais criticada em todo o filme:

“Nós vamos ganhar esta guerra, não lutando contra o que odiamos, mas salvando aquilo que amamos!”

Alguns dos fãs sentem que, além da deixa ser completamente “foleira” esta deixa contraria completamente as intenções dos rebeldes que supostamente estão a lutar contra o que odeiam. Aliás, conforme muitos apontaram, Finn com a intenção de se sacrificar estava a salvar aquilo em que acreditava. Ainda que a custo da sua própria vida, ou seja, a “salvar aquilo que amava” “lutando contra o que odiava”.

Snoke, o vilão descartado

Kylo Ren sem dúvida teve muito mais destaque como antagonista, o que infelizmente levou a que Snoke, aquele que o converteu para o Lado Negro da Força não tivesse o mesmo tipo de destaque. Aliás, o “mestre” é morto do nada pelo seu próprio “discípulo”.

Andy Serkis (também conhecido pelo seu papel impressionante como Gollum em “O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”), como no caso de Gwendoline Christie, foi desaproveitado. Muitos sentiram-se decepcionados pelo desfecho dado a esta personagem, sentindo que foi outro grande nome desperdiçado. Desde o filme anterior, muito se especulou sobre o “sucessor” do Imperador Palpatine como o “mastermind” por detrás do vilão. Alguns chegaram mesmo a considerar que Snoke talvez fosse na verdade Darth Plagueis, cuja história foi relatada durante o Episódio III a Anakin Skywalker.

Contudo, nada ficou esclarecido sobre as suas origens. A forma como Snoke é executado por Kylo Ren teve um efeito de surpresa, mas frustrou simultaneamente a audiência. Por um lado foi inesperado o facto de afinal Kylo Ren conseguir ludibriar Snoke mais facilmente do que esperado. Por outro, isso decepciona pelo pouco que se viu de um vilão que parecia ter potencial.

Nunca se soube o porquê de ele estar interessado em Rey e nas suas habilidades. Nem tampouco como ele conseguiu persuadir o filho de Han Solo e Leia Organa a cair no Lado Negro. O seu tempo de ecrã foi curto, o que levou a decepções da parte de vários fãs. Muitos esperavam respostas a este tópico em particular.

Rey a “Mary-Sue” que veio do nada

Esta crítica já tinha surgido do anterior filme face à protagonista da nova saga. Rey trata-se do tipo de personagem cujas habilidades e talentos surgem do nada sem qualquer explicação nem backstory dada. A jovem é frequentemente chamada de “Mary Sue”, uma crítica bastante comum a personagens “perfeitas”. Bella Swan ou Anastacia Steele foram alvo deste tipo de crítica no passado.

“Mary Sue” refere-se ao tipo de personagem que tem a seu favor uma série de traços positivos. Uma série de habilidades especiais o que a tornam numa pessoa “idealizada”. Normalmente é uma personagem que em histórias fictícias serve como uma auto-inserção do(a) autor(a) na narrativa de modo a realizar fantasias de auto-valorização.

Daisy Ridley (Rey) já se pronunciou várias vezes contra essa crítica, considerando que o termo tem uma conotação sexista. Tal crítica pode também ser aplicável a personagens masculinas (que neste caso são chamados de “Gary Stus” ou “Marty Stus”).

Este filme apenas deu maior azo às críticas que se sentiram no filme anterior. Rey começa a treinar com Luke Skywalker, mas além de mal existir um “treino” (como em “O Império Contra Ataca”) a jovem apenas se torna cada vez mais poderosa e cada vez mais capaz de usar a força, apesar das suas origens em nada estarem relacionadas a alguém pertencente aos Jedis. Rey, no final, torna-se tão poderosa que consegue levantar um conjunto de pedregulhos sem qualquer esforço aparente.

Sobre as suas origens: é revelado que ela afinal não tem qualquer relação com a descendência Skywalker. Rey é, por assim dizer, uma “filha de ninguém”. A revelação foge a um grande cliché, mas poderia ter resultado melhor. Era uma oportunidade de explorar melhor a temática de que qualquer um pode ser um Jedi.

O problema com esta revelação: Continua-se sem saber ao certo qual a backstory de Rey. Nem existe um momento no qual a jovem a duvide de si mesma ou tenha que enfrentar barreiras psicológicas. Devido a esta ambiguidade, continuar-se-à com a sensação que os poderes dela vieram do nada. Em suma, aos olhos de muitos fãs, Rey tornou-se numa personagem privilegiada… porque sim!

Luke Skywalker, o hipócrita

O herói da saga original, o filho de Darth Vader e aquele que trouxe o equilíbrio de volta à força na trilogia amada por milhares nos anos 80. Luke Skywalker está de volta e desta vez o seu papel não gera consenso entre os críticos e fãs.

Ver também: Crítica | Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi

Felizmente uma das dúvidas que ficou por esclarecer no filme anterior, foi explicada neste. Falo do que levou à ruptura de Kylo Ren com Luke e com os seus pais. O mestre Jedi sentiu que havia escuridão em Kylo Ren, tendo tentado matá-lo no seu sono. Mas Luke hesitou, o que levou a que Kylo Ren acordasse, se sentisse traído e se virasse contra os heróis da saga anterior.

Muito se disse sobre o que Luke fez que influenciou Ben Solo. Alguns consideram que a impulsividade e depois hesitação de Luke em matar o seu sobrinho mostraram que mesmo tendo amadurecido tal não significa que não fosse cometer outros erros e que a sua atitude faz parte da humanidade que o caracterizou nos episódios IV-VI. Por outro lado, muitos criticaram o pensamento de Skywalker em matar alguém da sua família. Consideram ainda como uma atitude de cobardia a decisão de fugir e esconder-se dos seus amigos e daquilo que fez.

Apesar de Luke se ter redimido de certa forma no fim da história muitos sentiram que o seu papel neste filme é, de certa forma, uma traição à saga original. Luke, que na saga original conseguia ver o bem no seu pai, tenta matar o sobrinho ao sentir maldade nele. A mesma pessoa que nunca abandonaria os seus amigos em períodos negros abandonou-os nesta nova história durante anos.

Aliás, o próprio Mark Hamill manifestou-se várias vezes contra este novo produto, mostrando claramente que a sua visão e a de Rian Johnson são opostas. O ator recentemente pediu desculpa pelas suas críticas no twitter. No entanto, estas vão de encontro ao que muitos fãs pensaram deste filme.

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