Crítica: “Planeta dos Macacos – A Guerra” de Matt Reeves

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Há poucas trilogias que se podem considerar muito boas, e a mais recente trilogia de prequelas do Planeta dos Macacos é uma delas.

Quando saiu em 2011 a primeira prequela, toda a gente estava à espera de algo como o reboot de Tim Burton de 2001. Mas não o foi. Acabou por ser uma das maiores surpresas do ano e teve uma boa receção pela crítica. Assim, quando se ouviu falar da sequela, realizada por Matt Reeves, começou a esperar-se algo do mesmo nível. Mas, mais uma vez, acabou por subir a expectativa, e o “Planeta dos Macacos – A Revolta” passou a ser considerado um dos melhores filmes de 2014 e como uma das melhores sequelas dos últimos tempos.
E agora, tendo visto o “Planeta dos Macacos – A Guerra”, posso muito bem dizer que Matt Reeves voltou a subir as espectativas, fazendo deste filme o melhor da trilogia.

Aviso já que Matt Reeves, mais uma vez, apesar do filme ser lançado no verão onde as pessoas estão à espera de um filme cheio de ação de entretenimento, e de no título ter “Guerra”, deu-nos exatamente o oposto, dando-nos um filme bastante dramático e emocional, onde acabamos por nos preocupar ainda mais com a nossa personagem principal, Caesar, e ainda nos encontramos agarrados a nível emocional também às personagens secundárias.
A história do filme também nunca dá opções fáceis às personagens. O filme é duro e dá sempre opções onde as personagens têm de correr todos os riscos possíveis, e que pode fazer com que sejam profundamente afetados.
Focando o filme mais nos macacos, o filme coloca os seres humanos numa posição de desespero. A maneira que eles enfrentam os macacos é quase que semelhante ao tratamento Nazi aos judeus durante o Holocausto, e entendemos muito bem o porquê de tais razões (razões as quais que não direi para evitar spoilers).

Todo o elenco do filme, tanto por parte dos macacos como os humanos, tem uma grande interpretação neste filme, mas é claro que tenho de dar os parabéns Woody Harrelson, por dar uma interpretação impiedosa, rude e imprevisível como o mau da fita  que pretende salvar a humanidade da extinção e livrar-nos dos macacos por *motivos*, e obviamente a Andy Serkis, o mestre de motion capture, que mais uma vez tem uma representação para o Óscar. Vimos a personagem de Caesar a crescer de pequeno macaco rebelde para um líder intimidante nos dois filmes anteriores, e neste sentimos a personagem no seu mais vulnerável, a confrontar o seu lado mais negro, e sentimo-lo como carne e unha, o que faz com que entendamos a sua dor e, por vezes, o seu alívio.
Outras personagens como o já conhecido Maurice, o orangotango, e a jovem Nova também estão muito bem interpretadas.

Mas claro que as suas interpretações (respetivamente aos macacos) não seriam tão boas se a equipa de efeitos especiais não nos desse a melhor utilização de motion capture desde o filme anterior. Já está mais que altura que esta equipa receba um Óscar pelo seu incrível trabalho, e rezo que isso aconteça para o ano. Este filme tem, também, um dos melhores usos de 3D dos últimos tempos, fazendo com que o preço extra valha a pena.
A cinematografia e edição do filme estão igualmente perfeitas, tornando todas as cenas essenciais para o filme. Não há nenhuma cena do filme que não seja importante ou que se pareça a mais.

Michael Giacchino voltou para compor a banda sonora, e é sem dúvida um dos seus melhores trabalhos.
E a música tem uma parte bastante importante no filme pois muitas das vezes as cenas mais dramáticas, onde as personagens se confrontam ou têm de tomar decisões ou estão a sentir algo, temos apenas as suas interpretações, a cinematografia e a emocionante banda sonora a acompanhar, fazendo com que possamos ter todo o tipo de emoções que o filme nos tente transmitir. E esta, também, não tem medo de ser épica quando precisa.

O único problema que eu posso ver as pessoas terem com este filme é o ritmo pois, tal como mencionei acima, este não é um filme de entretenimento nem um filme de ação. É uma espécie de war drama. A maior parte do filme apenas se foca em desenvolver as personagens, mais nada. Por isso não entrem à espera de algo mais, porque apesar de ter tanto um dos melhores inícios de um filme deste ano como o fim, a duração de filme que sobra é bastante para deixar alguém aborrecido.

Concluindo, e pensando bem no assunto, posso dizer que “Planeta dos Macacos – A Guerra” é uma obra-prima brilhantemente realizada por Matt Reeves, com uma história simples mas arrebatadora, emocionantes interpretações combinadas com um excelente trabalho por parte da equipa por trás dos efeitos especiais e mais uma grande banda sonora composta por Michael Giacchino. E a combinação de todos estes aspetos acaba por tornar este filme o melhor da trilogia, uma trilogia que acaba com um BANG que nos atinge o coração da melhor maneira possível.

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