Crítica: “T2: Trainspotting” de Danny Boyle

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Após 20 anos, Mark Renton regressa à Escócia e volta a reunir-se aos seus velhos amigos, Sick Boy, Spud e Begbie.

“First there was an opportunity… then there was a betrayal”/”Primeiro houve uma oportunidade… depois houve uma traição” – Spud

Vinte anos passaram. Muito mudou e muito se manteve igual. Mark Renton (Ewan McGregor) regressa ao único lugar que alguma vez chamou de casa. À sua espera estão os seus velhos amigos: Sick Boy (Jonny Lee Miller), Spud (Ewen Bremner) e Begbie (Robert Carlyle). Outros amigos também o esperam: tristeza, perda, alegria, vingança, ódio, amizade, amor, saudade, medo, arrependimento, diamorfina, auto-destruição e perigo mortal. Todos o esperam ansiosamente para uma última dança.

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Há vinte anos, estava eu a viver em Macau. Já nessa altura era um devorador incansável de todo o tipo de filmes. Geralmente blockbusters e filmes de kung-fu. Mas foi graças a um amigo (que na altura vivia em Londres) que fui convencido a ver um “pequeno filme independente” chamado “Trainspotting”. E a partir do primeiro plano acompanhado pela música de Iggy Pop, este euro-asiático nunca mais foi o mesmo. O meu amigo tornou-se realizador e eu actor, mas a memória de como a nossa amizade começou estará sempre ligada à obra-prima de Danny Boyle.

E é exactamente disso que “T2 Trainspotting” fala. De memórias. Do envelhecer. Do que fizemos. Do que não dissemos. Do que perdemos. Do que abandonámos. E daquela estranha sensação de nostalgia por aquilo que éramos e em quem nos tornámos. Para quem viu o primeiro filme em 1996 ou mesmo em 2006, ver agora o segundo será como olhar para si mesmo através de um espelho disforme. Claro que aquela história que vemos no ecrã não é a nossa. Mas os sentimentos por detrás daqueles personagens são inerentes a toda a Humanidade. E ressoam no nosso interior como uma música há muito esquecida mas ainda presente.

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O elenco é simplesmente brilhante. Apesar de conhecer grande parte do trabalho que estes actores fizeram desde o primeiro filme, parece-me que nunca deixaram aquelas personagens. Apenas os puseram de lado, até terem ganho a experiência da maturidade dos anos para voltar a dar-lhes vida. Tão simples e tão genuíno. Tão humano. E tão de acordo com o verdadeiro trabalho de um actor. Eu saúdo-vos!

“T2” é uma parábola da vida tal como ela é. E se o primeiro filme era cool e irreverente, este é introspectivo mas jovial na sua maturidade. Exactamente como deve ser.

Choose Life, indeed…

“T2 Trainspotting” estreia no dia 23 de Fevereiro nos cinemas e aconselha-se!

Bom filme!

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