Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil – Um grande título para um pequeno filme

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Após o sucesso de: «Conversas com um assassino: The Ted Bundy Tape», a Netflix decidiu lançar também um filme sobre o famoso serial killer: «Extremamente Perverso, Escandalosamente Cruel e Vil». Ambos realizados por Joe Berlinger com Zac Efron no papel principal. No entanto, o filme não correspondeu às expectativas. 

Zac Efron, Lily Collins, John Malkovich, Kaya Scodelario são apenas alguns dos nomes principais deste filme que também conta com uma participação especial de James Hetfield. A história centra-se na sua relação com Elizabeth Kendall/Kloepfer, escrita pela mesma no seu livro: The Phantom Prince: My Life with Ted Bundy. Publicado em 1981.

O filme, consiste maioritariamente em duas coisas: os vários combates judiciários e a relação entre Elizabeth e Ted, acabando por cair num drama romântico. 

Extremamente Perverso Escandalosamente Cruel e Vil

É de realçar a prestação de Malkovich e de Zac Efron que conseguiu encontrar algumas semelhanças com o próprio Ted Bundy. No entanto, o filme falha em algo muito importante: falta aprofundamento nas personagens. Especialmente a mais importante de todas: Ted.

Nós, como espectadores somos levados a gostar desta personagem. Isto porque temos apenas pequenos indícios de que algo nesta personagem é estranho mas não chegamos a acreditar nesta estranheza. É difícil acreditar que esta personagem interpretada pelo Zac Efron é realmente um serial killer. O que é um problema, visto que o filme é sobre isso mesmo.

Talvez fosse essa a ideia do realizador, levar o espectador a “gostar” do vilão, porque maior parte do que é apresentado sobre esta personagem são momentos onde este é carismático, engraçado, engenhoso, romântico. Sempre com uma banda sonora impulsiva, divertida, repleta de adrenalina. Nós estamos do lado dele, porque pensamos: ele não é assim tão mau.

Extremamente Perverso Escandalosamente Cruel e Vil

Um bom filme sobre Ted Bundy deveria conseguir mostrar as várias facetas que este tinha colocando-as lado a lado, de forma ao espectador ficar confuso com os seus próprios sentimentos: gosto ou não gosto dele? 

Este filme, escolhe esconder a pior faceta de Ted, onde se transforma num monstro. Ficamos apenas com o lado bom e com algumas migalhas do “monstro”, que nem chegam a assustar.

Para quem conhece a história de Ted Bundy consegue perceber que o filme falha imenso em contar esta história. A própria Carole Anne,  que é uma personagem importantíssima na história de Ted Bundy parece cair de parquedas no filme. Sem qualquer aprofundamento.

Extremamente Perverso Escandalosamente Cruel e Vil

Tudo isto pode ser justificado pela escolha do realizador em contar a história do ponto de vista de Elizabeth. Talvez seja por isso que não vemos os momentos mais perturbados de Ted, ela também não os viu.  Por esse motivo a personagem vive nesta dúvida, acreditar nele ou não acreditar. Defender ou não defender. O problema é que o espectador não vive o mesmo dilema.

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