Críticas de Cinema Destaques

Fátima | Produção internacional de uma história bem portuguesa

Miguel Revel
  • Outubro 13, 2021
  • 2 min read

Adiado devido à pandemia, “Fátima” chega ao cinema a tempo das celebrações do 13 de Outubro.

Joaquim de Almeida, Lúcia Moniz, Marco D’Almeida, Sônia Braga, Joana Ribeiro, Harvey Keitel, Carla Chambel e Goran Visnjic são alguns dos nomes sonantes do vasto elenco de “Fátima”.

Mais conhecido pelos seus trabalhos como diretor de fotografia de séries como “Game of Thrones” e “Rome” e filmes como “Cartas para Julieta” e “A Última Legião”, Marco Pontecorvo trouxe um volumoso orçamento (à escala portuguesa) de 10 milhões de dólares para filmar a uma versão dos acontecimentos históricos e religiosos que marcaram Portugal e o mundo cristão no ano de 1917.

 

Seguindo as aparições da Virgem Maria perante os três pastorinhos de Fátima – Lúcia, Jacinta e Francisco, interpretados respetivamente por Stephanie Gil (“Exterminador Implacável – Destino Sombrio”), Alejandra Howard e Jorge Lamelas – O filme resulta tanto para crentes como para não crentes ao caminhar entre a inocência das crianças, que acreditam no que viram, a preocupação dos pais, entre confiar nos filhos ou repreendê-los por mentirem, a desconfiança da Igreja Católica e a revolta do Estado português em período de ditadura militar.

Retratado como um desfile de acontecimentos, falta ao filme uma profundidade emocional e momentos mais extraordinários que pudessem elevar “Fátima” a algo maior. Por exemplo, explorar melhor as revelações da Virgem Maria, o famoso “mostrar em vez de contar”, como o caso do muito breve momento da Primeira Guerra Mundial, que sendo mais extenso poderia ter garantido algo mais espectacular e celestial que garantisse ao filme a necessidade de ser visto numa sala de cinema.

O vasto elenco já referido dá na sua maioria uma boa prestação, em especial a revelação do filme, Stephanie Gil. E os valores de produção, na forma como o realizador quis contar a sua história, estão bem presentes e trabalhados. É apenas o caso de um filme que se vê bem, mas que poderia ter sido mais especial.

Destaque ainda para a música original de Andrea Bocelli, “Gratia Plena”.

Ver também: Titane | A bela e macabra Palma de Ouro de Julia Ducournau

“Fátima” encontra-se em exibição nos cinemas.

Miguel Revel
About Author

Miguel Revel

Apaixonado por cinema desde criança, dos clássicos modernos de Nolan e Fincher às obras intemporais de Hitchcock e Welles. Licenciado em Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa. Colaborador do Cinema Pla'net desde Agosto de 2015.

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *