A grande estreia desta semana nos cinemas portugueses é, sem dúvida, “A Bela e o Monstro”. É a adaptação live action do original com o mesmo nome de 1991.
Tenho de admitir que filmes de animação não são o meu forte. Nunca vi filmes como “Mulan”, “Aladino e a Lâmpada Mágica”, “Pocahontas”, e outros marcos da infância de muitos. Não, não tive uma infância infeliz, nem estive fechado numa cave algures. Simplesmente nunca me senti encantado por esses mundos de princesas e amor eterno.
Por ter visto tão poucos filmes de animação, foi francamente difícil escolher um filme esta semana. Difícil, mas não impossível. Inicialmente a escolha caiu sobre um “pequeno” filme chamado “O Rei Leão” (Roger Allers, Rob Minkoff). É o favorito de muitos e com certeza que podemos tirar grandes lições de vida a partir dele. Era uma escolha fácil, afinal quem não sabe pelo menos uma música de “O Rei Leão”? Quem é que não sentiu aquele aperto no coração quando o Simba se apercebe de que o pai, Mufasa, não se ia levantar? Aliás, era uma escolha que até calhava bem já que a Walt Disney Pictures confirmou um live action remake do filme.
Decidi parar e pensar em algo que me dissesse algo mais como adulto. Pensei em qualquer um dos “Toy Story”, mas a verdade é que apesar de serem excelentes filmes, a nostalgia acabava por ter o papel principal na escolha.
Depois apercebi-me: é isso mesmo! Nostalgia! É por essa mesma razão que o Filme da Semana é “Divertida-mente” (Inside Out) de Pete Docter e Ronnie Del Carmen.
Então, mas que sentido tem isto? Nostalgia é a razão para escolher um filme que esteve nos cinemas nem há dois anos? A resposta curta é: sim, é.
Para quem não conhece, a premissa é tão simples e ao mesmo tempo tão inovadora. Riley, uma rapariga de 11 anos, muda-se para outro estado onde vai ter de fazer novos amigos e habituar-se a uma realidade diferente. Para tal, as suas emoções (Felicidade, Tristeza, Medo, Repulsa e Raiva) vão tentar ajudá-la na adaptação.
Uma das coisas que mais se ouve quando sai um novo filme de animação é que “é para adultos e para crianças”. Na maioria das vezes não é bem assim. No entanto, o que a Pixar fez com “Divertida-mente” é isso mesmo. Arrisco em dizer que é mais para adultos do que para crianças, ou melhor, os adultos vão tirar mais proveito deste filme do que os mais novos.
Dificilmente não se vão rever quando virem este filme. Todos nós já interrogámos o nosso lugar no mundo. Provavelmente ainda hoje sentem essas dúvidas, apenas aprenderam a lidar melhor com elas.
Um dos momentos que mais me tocou quando vi este filme foi o momento em que a Riley deixa a sua infância para trás, “personificada” pelo seu amigo imaginário, Bing Bong. O momento em que dizemos adeus a este pequeno elefante cor de rosa é de partir o coração. Simboliza o fim de uma fase, uma fase sem preocupações e cheia de felicidade. Perde-se a maneira inocente de olhar e entender o mundo.
Este é apenas um dos vários momentos de pura perfeição em “Divertida-mente”. Se não acreditam em mim e querem algo mais que a minha opinião, fiquem descansados que a crítica também o adorou. Até levou o Óscar de Melhor Filme de Animação para os estúdios da Pixar.
Se têm emoções, é impossível não gostarem deste filme. Um dos melhores filmes de animação que já vi!