The Old Guard: A Velha Guarda | Netflix aposta na ação c/ Charlize Theron

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“The Old Guard” foi realizado por Gina Prince-Bythewood e protagonizado por Charlize Theron e KiKi Layne.

O filme é baseado na banda desenhada de Greg Rucka, e segue a história de uma equipa de soldados liderados por Andy (Charlize Theron), que possuem poderes de imortalidade. Este grupo é uma equipa de lutadores que participa em missões com o intuito de melhorar o mundo, porém com a descoberta do seu segredo, um empresário milionário pretende capturá-los para os torturar e descobrir o que possibilita a sua mortalidade. A par disso Nile, uma militar americana é degolada em combate, porém as suas feridas regeneram de forma quase instantânea, o que leva a que Andy e a sua equipa corram em sua busca.

 Charlize Theron tem-se vindo a provar como uma das maiores estrelas de ação do cinema atual. Desde o seu papel como Furiosa em “Mad Max: Fury Road” até “Atomic Blonde”, esta demonstra estilo e brutalidade em cada uma das suas performances. Aqui ela está confortável no papel, ainda que este não lhe exija muito pelo menos a nível emocional. A par dela temos KiKi Layne como co-protagonista, que se sai bem apesar de que a sua personagem seja reduzida à visão do público no sentido em que as suas falas mais parecem perguntas para o argumento transmitir exposição, muitas das vezes um tanto forçada. No que toca a Harry Melling como o grande vilão do filme, este tem muito pouco desenvolvimento e reduz-se ao típico vilão sádico que se monta como um empresário louco pela descoberta e com uma queda para o sadismo.

 Este é o primeiro filme que vejo da realizadora Gina Prince-Bythewood. Num geral, não acho que este projeto seja de todo original no que toca à sua realização. A história tem um conceito muito interessante que é executado de forma eficiente ainda que lhe falte bastante emoção e por vezes estilo. As cenas de ação são num geral bem coreografadas e claramente inspiradas em filmes como John Wick que se tem vindo a provar como uma base de referencia para vários filmes de ação modernos. Ainda assim, estas perdem algum impacto durante a primeira metade do filme. Isto porque, apesar de haver um claro inimigo, a imortalidade das personagens em questão confere pouca força à ameaça. Inevitavelmente, é-nos introduzida uma fraqueza aos poderes das personagens que começa a conferir alguma tensão ao filme, em especial a uma cena de ação passada numa igreja que a meu ver é o ponto alto do filme. Contudo, o filme demora a estabelecer tensão e até mesmo razões para me importar com as personagens.

 Sem dúvida o que mais me tirou deste filme foram as escolhas musicais. Num estilo pop, estas acompanham maioritariamente as cenas de ação. Na maior parte das vezes as músicas ou eram demasiado literais ou não cabiam de forma alguma na cena em questão e retiravam o impacto às excelentes coreografias de luta. Mas não só nas cenas de ação, estas músicas estão presentes ao longo do filme e acabam por compor o ritmo de certas cenas. Desta forma, algumas sequências do filme parecem um videoclip ao invés de uma tensa história de ação.

 “The Old Guard” é um daqueles filmes de sábado à tarde. Entretém, tem uma protagonista carismática, um conceito interessante e algumas ótimas cenas de ação. Porém, falta personalidade a um filme que parece retalhado pelo estilo dos mais recentes filmes de ação. Não só isso, mas também as músicas destoam imenso do tom que o filme apresenta. Com certeza não foi uma das apostas da Netflix que mais gostei mas também me diverti a ver o filme, Para os fãs de cinema de ação, esta talvez seja uma boa opção, mas confesso que esperava mais…

 

“The Old Guard – A Velha Guarda” já está disponível na Netflix. “Atomic Blonde 2”, também com Charlize Theron e para a Netflix, está em desenvolvimento.

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