Frequentemente, o final de um filme permanece uma incógnita para os espectadores, provocando assim alguns debates e várias teorias alternativas para o seu final. Por um lado, simplesmente não conseguimos entender o significado que o diretor queria dar no final, fazendo-nos interpretar mal a mensagem transmitida. Por outro, existe também a possibilidade de que as cenas finais sejam realizadas de forma a que o espectador tire suas próprias conclusões.
Os finais de filmes mais difíceis de se entender
1. O Primeiro Encontro (2016)
Ao longo deste filme, algumas pistas são dadas ao público, mas a ideia principal do filme só é revelada no final. O drama de ficção científica é feito inteiramente de contradições na forma de círculos de tempo. O público pode até pensar que o início do filme é o passado da protagonista interpretada pela atriz Louise Banks, mas no final, fica claro que a cena de abertura realmente retrata o futuro dela. Depois que Amy Adams começou a perceber a linguagem dos alienígenas, ela começou a ter uma perspetiva diferente do tempo, conseguindo assim perceber que o passado, presente e o futuro podem ser acedidos em forma de círculos temporais.
Na verdade, não existe nenhuma cena na vida da protagonista que retrate a separação do seu marido e da sua filha. O que aconteceu realmente é que ela previu o seu próprio futuro, mas mesmo depois disso, ela decidiu não mudar nada. Com isto o realizador pretende transmitir a mensagem de que o tempo não é uma simples linha reta, ou seja, nós temos a capacidade de determinar o nosso próprio destino.
2. Mãe (2017)
“Eles estão super animados e entenderam tudo, mas cada um à sua maneira”, disse o ator Javier Bardem sobre a reação do público ao filme em que participou. Após a estreia do thriller psicológico do diretor Darren Aronofsky, a Internet ficou repleta de diferentes versões do significado do filme e a sua interpretação final. Quase todas as obras do diretor são carregadas de simbolismo e “Mãe” não é diferente. A história é baseada na degradante relação entre os humanos e a natureza. Este filme é uma fábula bíblica.
Numa entrevista ao site Variety, Aronofsky explicou que Javier Bardem participou no filme como Deus, a atriz Jennifer Lawrence deu vida à mãe natureza, e a casa em que moravam representava o planeta Terra. A natureza é degradada e explorada. O que acontece na cena final com a queima da casa são consequências da mau comportamento do Homem em relação ao planeta Terra.
3. NÓS (2019)
Os protagonistas do filme, a família Wilson, foram atacados pelas mesmas pessoas que eles e feitos reféns. Logo, o público descobriu que os invasores faziam parte de um exército de clones chamados “atrelados”, que viviam em túneis e passagens subterrâneas. Na última parte do filme, a protagonista, interpretada por Lupita Nyong’o, segue o seu terrível clone através de um labirinto de espelhos até um calabouço que nos é mostrado ao longo do filme. Após a luta entre os personagens, vimos a história que relembra toda a infância de Adelaide e percebemos que ela era, na verdade, um clone que conseguiu chegar à superfície e captar o seu original quando era criança.
Esta mudança na história ilustra a mudança no comportamento e no medo do protagonista. Até certo ponto, é óbvio, porque a Adelaide adulta tem medo de ir à praia: ela sabe que a entrada para o “submundo” ainda está lá e não quer voltar. Também é possível entender porque a verdadeira Adelaide se tornou a líder do trailer: ela é o único membro dos atrelados com a capacidade de falar.
4. Birdman (2014)
O final do filme de Alejandro Iñárritu sobre o destino de Birdman é muito confuso. Na cena final, a filha do protagonista Riggan Thomson entra numa sala vazia e vê uma janela aberta através da qual se pode ouvir os sons e alarmes da rua. Então, a personagem de Emma Stone olha para baixo e, lentamente, levanta a cabeça e sorri para o céu. Alguns espectadores podem pensar que esta cena representa um “final feliz” e sugerir que Reagan ainda pode voar. No entanto, o protagonista provavelmente cometeu suicídio porque não conseguia voar, e a sua filha Sam começou a alucinar com ele.
Sam perde contacto com o mundo real e está imerso no mundo da fantasia, onde o seu pai ainda está vivo. A relação entre Riggan e a sua filha é a chave para desvendar o final do filme.