No passado setembro, “The Smashing Machine” teve a sua estreia mundial no Festival de Cinema de Veneza, onde impressionou com uma ovação de quinze minutos e levou o Leão de Ouro para Benny Safdie na categoria de Melhor Realizador. Contudo, a chegada do filme aos cinemas tem gerado reações ambivalentes da crítica e do público. Este retrato da vida de Mark Kerr, um ícone do UFC, revela não apenas o seu percurso desportivo, mas também os desafios das suas relações pessoais e as suas lutas internas com as adições.
Resumo em Destaque:
- “The Smashing Machine” apresenta a complexidade da vida de Mark Kerr.
- A direção de Benny Safdie mistura narrativa documentária com emoções cruas.
- As atuações de Dwayne Johnson e Emily Blunt são verdadeiramente marcantes.
O Retrato do Lado Negro do Desporto de Competição
Em “The Smashing Machine – Coração de Lutador”, Benny Safdie oferece uma biografia não linear, que explora o dualismo da vida competitiva. Não é apenas sobre a ascendência e a glória no desporto, mas também sobre os momentos de solidão, egoísmo e as consequências da pressão constante para ser o melhor. Como ex-atleta, reconheço a autenticidade dessa representação, que enfatiza os altos e baixos da vida sob o olhar crítico do público.
Benny Safdie a Colocar o Dedo na Ferida
Safdie utiliza uma abordagem quase documentária, com close-ups que fazem o espectador sentir-se uma intrusão no espaço pessoal do lutador. Esse estilo reforça a intimidade e a intensidade das lutas, apresentando um vislumbre penetrante e emocional da vida de Mark. Detalhes como a reação empática de Mark após uma luta são escolhidos meticulosamente, criando uma narrativa que vai além das vitórias e derrotas.
Dwayne Johnson Surpreende e Emily Blunt Valida
Dwayne Johnson, que se envolveu na produção do filme, traz uma profundidade inesperada ao seu papel. O ator não só passou por uma transformação física, ganhando músculos substanciais, como também entregou performances de uma vulnerabilidade extraordinária. A sua personagem demonstra uma ampla gama de emoções, apropriando-se da essência complexa de Mark Kerr.
Emily Blunt, embora com um espaço de atuação limitado, brilha como apoio emocional. A sua performance oscila entre amor e frustração, culminando em momentos de intensa catarsis que evocam uma forte ligação entre os dois personagens.
Conclusão
“The Smashing Machine” de Benny Safdie é um estudo emocional sobre a natureza da competição e as suas ramificações pessoais. O filme não só destrói o mito do atleta invencível, mas também expõe os ferimentos muitas vezes invisíveis que o sucesso pode infligir. As atuações poderosas de Dwayne Johnson e Emily Blunt elevam esta narrativa ao longo de toda a obra, tornando-a não apenas um relato desportivo, mas uma afirmação universal dos desafios humanos.



