Critica: “Hidden Figures” de Theodore Melfi

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“Hidden Figures” é um dos candidatos a Melhor Filme, Melhor Argumento Adaptado e, ainda, Octavia Spencer nomeada para Melhor Actriz Secundária.

É um filme sobre minorias, inspirado em factos verídicos (como o trailer indica), passado nos tempos da Guerra Fria, onde a segregação racial nos EUA implicava salas de trabalho e casas de banho separadas para brancos e negros, lugares nos autocarros, secções das bibliotecas e até mesmo as máquinas de café eram também separadas entre brancos e negros, e escusado será dizer que quem saía a “ganhar” eram os brancos.

Tal é bem visível ao longo do filme, uma vez que por um lado temos uma mulher negra que quer ser supervisora de uma secção, mas não pode por ser negra; por outro lado uma mulher cujo sonho é ser engenheira, e para o conseguir é obrigada a recorrer ao tribunal para lhe ser concedida autorização; e, por último, uma matemática fabulosa, que quando passa a trabalhar na sala dos engenheiros tem uma máquina de café separada para ela por ser negra, tendo de andar quase 1 km de cada vez que quer ir à casa de banho, porque no seu edifício não existem casas de banho para pessoas de cor.

Foi graças a Katherine Johnson que os EUA conseguiram apanhar a União Soviética na corrida pelo espaço. A União Soviética foi a primeira a pôr um homem no espaço e a fazê-lo regressar com vida. Os EUA só o conseguiram graças a ela e a John Glenn, que confiou e pediu que fosse ela a conferir os números antes de partir para o espaço. Katherine ainda é viva e tem actualmente 98 anos, tendo sido condecorada pelo Presidente Obama com a medalha Presidencial da Liberdade.

Para mim, foi um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Demonstra nitidamente a disparidade racial e de género existente naquele tempo. É algo a que hoje em dia não estamos habituados, não faz sentido existirem casas de banho separadas para pessoas de cores diferentes. Não faz sentido as mulheres de cor terem de se vestir de forma diferente das mulheres brancas. E a biblioteca, por favor, uma pessoa de cor não tem o mesmo direito à educação? Foi preciso que Mary Jackson pedisse um requerimento judicial para ter direito a estudar numa universidade e ser a primeira mulher afro-americana a ser engenheira.

É o tipo de filme que nos faz ter uma lágrima no olho mais que uma vez, pela história em si e pela mensagem que transmite. Na minha opinião está muito bem conseguido e acho que dos nomeados aos óscares é um dos melhores candidatos, chegando a ser melhor do que outros nomeados.

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