Crítica | “O Estrangeiro”, de Martin Campbell

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O Estrangeiro” chega-nos pela autoria de Martin Campbell, conhecido realizador de sucessos como dois dos melhores filmes de 007 (GoldenEye e Casino Royale) e um dos piores filmes de super-heróis recentemente feitos (Green Lantern).

Ele regressa então ao cinema, depois desse fracasso à pouco referido, com a parceria do Bond com quem previamente trabalhou nos anos 90, Pierce Brosnan, e ainda com o famoso ator praticante de artes marciais e conhecido por fazer os seus próprios stunts, Jackie Chan, num performance que desvia um pouco do seu tipo de filmes.

Mas, será o regresso de Martin Campbell bem-vindo ao grande ecrã?

Sinceramente, indo para o filme um pouco “às cegas”, não o achei nada de espetacular.
Tendo um argumento com duas temáticas um pouco genéricas, o filme acaba por se perder. As personagens de Jackie e Brosnan, apesar de bem interpretadas, parecem estar em dois filmes completamente diferentes, onde enquanto uma procura vingança por um acontecimento trágico, outra está a tentar resolver os problemas políticos ingleses/irlandeses. Mas, mesmo assim, os atores são capazes de fazer o que lhes é pedido, dando interpretações bastante dramáticas (e emocionantes, por parte de Chan inclusive).
Sente-se, também, que a personagem de Brosnan é a personagem principal onde a narrativa toda se desenvolve, levando também o filme às costas, enquanto Chan é uma peça que acabou por ser acrescentada ao tabuleiro acidentalmente, peça essa que até se sente um pouco desnecessária e demasiado pequena no mesmo, porque ela acaba por fazer tão muito como nada (senti eu). E, assim dizendo, acho que o filme sem o Jackie Chan seria o mesmo, ou até melhor (e mais curto).

A banda sonora de Cliff Martinez, que sempre se esmera nos filmes de Nicolas Winding Refn, neste tipo de filme não fez de muito. Tendo em conta o género e estilo de filme, uma banda sonora estilo techno de que ele é conhecido não condiz com o que nos é apresentado.
Ao menos Campbell não correu o erro de utilizar demasiados efeitos especiais como no passado, recorrendo à maior parte apenas de efeitos práticos, mas também não há muito que se possa pedir.
Tirando também uma ou duas cenas onde a cinematografia se destaca na ação, com uma boa edição pelo meio, o filme não trás nada demais à mesa.

Não há muito que se possa dizer. No final, as pessoas vão ver “O Estrangeiro” à espera que o Jackie Chan volte aos ecrãs fazendo o que ele faz melhor: dar porrada a toda a gente a torto e a direito. Mas não é isso que as pessoas vão receber em troca do bilhete do cinema. Vão, invés, ter um filme um tanto lento com dois estilos/géneros, transmitidos por duas personagens completamente diferentes, que são difíceis de interligar. Pode ter duas boas interpretações por parte do elenco, mas isso não é o suficiente para tornar o filme o bom ou memorável.
Por mim, Martin Campbell ainda tem muito que fazer para voltar à sua forma. Mas, foi uma boa tentativa.

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