José Paulo Santos nasceu em 1979 em Coimbra e neste momento reside e trabalha em Vila Real.
Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, já trabalhou como repórter de imagem para a TVI e neste momento encontra-se a trabalhar como bolseiro de investigação na universidade ao mesmo tempo que leciona na Pós-Graduação em Jornalismo Regional UTAD/LUSA.
O cinema começou por ter uma grande influência durante os seus trezes anos como repórter de imagem da TVI, sendo o “…além da sala de espera” uma primeira experiência no mundo do documental, que apresenta tanto características de reportagem como de cinema. Este trabalho já lhe valeu a seleção para treze festivais de cinema, cinco deles nos Estados Unidos.
Apesar de também trabalhar com cinema de ficção, é o cinema documental que mais atrai José Paulo Santos, considerando-o um desafio por ter de trabalhar sozinho. Por outro lado, a perspetiva de conhecer pessoas e contar histórias reais e interessantes é algo que faz com que este género cinematográfico seja o seu preferido. Contudo, também é na ficção que as suas ideias fervilham, tentando pô-las em prática sempre que possível.
Em “Circunstâncias”, José Paulo conta uma história simples, mas cheia de significado. O que para si torna a curta interessante é o facto de ter sido filmada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o que ajuda a captar a ideia de a história se passar numa povoação. “Circunstâncias” passa-se durante diversas alturas do ano, em que familiares se encontram sempre na mesma situação, no funeral de algum dos membros, e propõem um encontro em circunstâncias diferentes, algo que nunca acontece.
Em “Observador”, o realizador procura uma história que invoque a observação sensorial, conseguindo a proeza de colocar a exposição, a compilação e a resolução em apenas um minuto, o que também considera como um desafio.
O “…além da sala de espera” é a obra-prima de José Paulo, a sua “costela de jornalista”, a sua formação e trabalho de muitos anos e a necessidade de criar algo longe da pressão de um editor, já para não falar na necessidade criativa de trabalhar livremente e transmitir a história tal como ela é, sem qualquer modificação feita por quem não esteve no terreno.
Enquanto cineasta e ex-jornalista, José Paulo pretende com os seus trabalhos passar uma mensagem e deixar a audiência a pensar. No que toca ao género documental, pretende criar algo com alma, autêntico. Por outro lado, a ficção permite-lhe, para além de também deixar o expectador a ponderar, aplicar toda a sua criatividade na criação de histórias diferentes e com temas do dia-a-dia.
José Paulo Santos demonstra a sua paixão pelo cinema ao afirmar que o seu maior sonho é ser realizador profissional, uma vez que é o que lhe dá mais gozo, o que mais aprecia fazer.
Neste momento tem já vários pensamentos que quer pôr em prática, embora em termos documentais pretenda abordar o encerramento das livrarias históricas de Portugal, pegando num caso em particular e avançando para o geral. Quanto à ficção, vai tendo ideias.
Pretende encontrar um objeto (ou alguém que o transporta) que seja suficientemente atraente para que se queira saber o que esse objeto vai fazer a seguir, fazendo-o com estrutura e tempo para não cansar o espectador. “Não é fácil, mas continuo a pensar” declara.