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“Para Além da Lua”: Para além da Confusão

Francisco Amaral
  • Fevereiro 8, 2021
  • 3 min read
“Para Além da Lua”: Para além da Confusão

O filme de animação realizado por Glen Keane estreou a 16 de outubro e é um exclusivo da plataforma Netflix.

A Netflix continua progressivamente a apostar em filmes de animação. Talvez veja como uma “prioridade” o alcance a faixas etárias mais jovens, face à nova concorrente de streaming, a Disney.

Depois do êxito que foi Klaus, chegou a vez de uma animação com uma história e narrativa orientais. Apesar do estilo de desenho e animação ser mais parecido com produções ocidentais, a história passa-se na China.

Vê também Produções Netflix que foram Nomeadas para Óscares.

Cultura chinesa presente

Fei Fei é uma menina que cresce num seio familiar feliz e saudável. O negócio dos seus pais é fazer bolinhos tradicionais chineses. Ao longo da introdução, é nos apresentado um dos pontos fulcrais da história, que motiva a personagem principal a tomar decisões que vão marcar o resto do filme.

Acompanhada pela sua coelha de estimação (Bungee) e pelo seu irmão (Chin), Fei Fei constrói um foguetão para ir até à lua. Lá encontra um “mundo” completamente diferente do que imaginava, e o espectador também. Assim, na lua conhece o resto das personagens que compõem o resto da história.

A lua como (não) a conhecemos

Esta sequência do filme é a mais colorida, embora a mais confusa. Completamente distinta do resto do filme, esta parte parece que não encaixa bem com a história que querem contar. Sequências frenéticas, o tom do filme muda por completo. O próprio estilo das músicas é diferente.

A maior parte das músicas preenchem e ilustram bem o estado de espírito das personagens e ajudam a contar parte da história.

Existem referências a figuras míticas e lendárias da cultura chinesa, como a presença de animais característicos.

No geral, é um filme bonito a nível de aspecto, com uma premissa e uma conclusão muito bem conseguidas. No entanto, boa parte do filme é confuso com a introdução de personagens que pensamos serem relevantes e, na verdade, são apenas um adereço, ou fonte de comédia.

A utilização cómica é quase sempre a mesma. O recurso a algo físico, como quedas, ou ainda à parte mais “chata” de personagens como Chin ou mesmo Gobi, que utilizam meios recorrentes de piada fácil para tentarem arrancar gargalhadas a quem vê.

Em suma, o filme entretém, com uma boa mensagem de apreço pela família e amizade, mas falha em conseguir contar essa história de forma coesa e uniforme.

Francisco Amaral
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Francisco Amaral

Apaixonado por videojogos e tudo o que tenha narrativa, é fácil encontrarem-me a ver a saga Star Wars (como deve ser) ou a escrutinar tudo o que há para saber sobre Marvel. Ler é também outro dos universos onde mergulho muitas vezes.

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