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The Crown – A jóia da coroa da Netflix continua a brilhar!

Sara Resende
  • Dezembro 2, 2019
  • 4 min read

A terceira temporada da série “The Crown” teve direito a um elenco totalmente novo! A série continua a brilhar na Netflix!

The Crown mostra nesta terceira temporada uma Elizabeth II mais confiante e segura de si. Esta coroa assentou na perfeição a Olivia Colman, cuja performance é incrível. A Rainha é uma personagem serena, confortável no papel de matriarca, deixando para trás a jovem que lutava para encontrar o seu lugar na liderança, que tanto vimos nas duas temporadas anteriores.

Tobias Menzies é  Principe Philip, uma personagem que ganha bastante destaque. Também deixamos de ver Philip no plano secundário, sempre atrás da sua esposa. Este novo Rei continua a seguir o comando da Rainha, no entanto também é capaz de tomar decisões importantes por si só, tornando-se uma personagem cativante ao longo da temporada.

Helena Bonham Carter é uma perfeita Princesa Margaret: como a própria série diz “uma número 2 mas com espírito de número 1. Presa num casamento infeliz, descontente com a sua posição na família, “esta” nova Margaret ganha destaque logo no 2º episódio.

Margaretology” foi um dos meus episódios favoritos, Bonham Carter está fantástica, mas a temporada falha aqui. Esta personagem é tão poderosa logo no segundo episódio que o espectador espera ver mais dela. Mas não vê, Margaret é posta de lado, para dar destaque a outras personagens. Mesmo a relação de Margaret com Elizabeth, que conduz a narrativa da série logo no início, cai no esquecimento. Estas duas personagens não interagem tanto quanto o esperado, com grande pena minha.

Outra personagem que também esperava ver mais é a  Princesa Anne, a única filha de Elizabeth. Erin Doherty fez um papel magnífico e foi outro pecado da temporada não a terem usado mais. Vemos apenas alguma interacção dela com a personagem que acaba por ganhar o maior destaque: o Principe Charles. Josh O’Connor acaba por roubar as atenções da temporada no seu papel. O episódio “Tywysog Cymru” é outro ponto de viragem na narrativa. Começa-se a ver um príncipe infeliz na sua posição, à espera da morte da sua mãe para puder finalmente começar a viver.

A relação com Camilla Shand foi superficialmente explorada, talvez porque na próxima temporada chegará Diana. Assim sendo, os espectadores não podem criar tanta empatia com este casal, sabendo como a história acaba (desculpem, História é realmente o maior spoiler de todos!).

E por falar em Charles e Camilla, vemos a maior culpada desta relação fracassar de forma muito cruel e calculista. Elizabeth, a Rainha-Mãe já não é a mesma personagem que “conhecemos” nas temporadas anteriores (calma e simpática) e tem aqui um twist maquiavélico. Não estava à espera desta.

Porém, quando “The Crown” trabalha ao mais alto nível, temos episódios que ficam na memória para sempre. “Aberfan“, que lida com a tragédia que levou à morte de centenas de crianças, foi sem dúvida o episódio mais forte da temporada. Ninguém esperava ver a Rainha a chorar e a mostrar compaixão. Mas tivemos o final do episódio que ansiávamos.

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Moondust” também foi (quase!) igualmente bom, onde vemos a chegada do Homem à Lua, o que provoca uma crise de meia-idade ao Principe Philip. O episódio tem então, um final bastante satisfatório, com alguns factos verídicos sobre St. George House. Nada bate um conjunto de frases, preto no branco, a aparecer no final do episódio para explicar o futuro desta academia! Trazendo assim, uma sensação de mais um capítulo encerrado com um final feliz.

Em suma, esta nova temporada traz boas surpresas (como O’Connor e Doherty), mas parece que está com pressa de chegar a todos os escândalos dos anos 80 e 90 (a temporada acaba em 1977).  Peter Morgan continua a mostrar a família real como uma família completamente normal, em vez da família que vemos na imprensa cor-de-rosa. Elizabeth guiava as duas primeiras temporadas, mas parece que a partir de agora, vai ter que partilhar o foco com outras personagens. “The Crown” continua a ser uma série excelente, que vale cada minuto…

“Só há uma Rainha”

Sara Resende
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Sara Resende

Aluna de doutoramento, guilty pleasure são séries de comédia e anime, com um gosto especial por super-heróis e fantasia.

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