Vice – Para contemplar Christian Bale, de luz acesa

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“Vice” é sinónimo de Christian Bale. O filme realizado por Adam McKey, resume-se a um excelente trabalho dos atores e pouco mais.

“Vice” conta a história verídica de Dick Cheney (Christian Bale), um homem quase resignado à sua vida monótona, que é salvo do alcoolismo pela sua mulher Lynne Cheney (Amy Adams) e se torna num dos políticos americanos que mais influência teve no decurso da história, não só dos Estados Unidos da América, como também na do resto do mundo. Sempre com um toque de humor, desde o início até perto do seu término, o filme sobre os bastidores da política de Dick Cheney começa bem, porém o declínio é evidente.

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O melhor do filme: o elenco. Um grupo de atores muito competente, encabeçado pelo magistral Christian Bale, onde também são de enaltecer as atuações de Amy Adams, Steve Carell e Sam Rockwell.

Ao longo dos anos, Christian Bale tem mostrado que desconhece os seus limites. E mais uma vez isso comprovou-se. O ator galês enche completamente o filme, conseguindo, uma vez mais, uma prestação irrepreensível. Bale é um autêntico monstro.

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Amy Adams, a par de Steve Carell, consegue também uma atuação exemplar. Os dois complementam o trabalho de Christian Bale, servindo como bons alicerces para a prestação do protagonista. Por fim, Sam Rockwell. O ator nomeado para o Óscar de melhor ator secundário (apesar do pouco tempo de filme que tem, que dificilmente justifica essa mesma nomeação) tem também uma performance exemplar.

O que contribui para todos estes bons trabalhos, é a glamorosa caraterização. A semelhança entre os atores e as pessoas reais da história que o filme aborda, é absurda. Tanto a similaridade de Bale a Cheney, como Rockwell a Bush, é abismal. Um dos mais fortes candidatos ao Óscar de melhor maquilhagem e penteados, é também um dos pontos fortes do filme.

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Para completar a trilogia de aspetos positivos da longa-metragem, surge o argumento. Uma outra parte bastante positiva do filme é o argumento e, por conseguinte, a história. Porém, o mesmo não é aproveitado ao máximo. Bem desenhado na primeira parte do filme, vacila, como que se desorienta a partir de meio do filme, seguindo numa direção descendente, caindo vertiginosamente até ao seu final. O suporte que era visto como bastante seguro, revela-se posteriormente algo frágil.

Com uma realização paupérrima, saturada de flash-backs, o filme inclui a presença de uma personagem que atrapalha mais do que ajuda: Kurt, (Jesse Plemons) o narrador. Com o passar do tempo, a realização de Adam McKay revela-se desordenada, tornando-se pouco precisa.

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Faltando abordar três partes técnicas do filme, três adjetivos servem para as classificar. A fotografia, irrelevante, a montagem, medíocre e, por fim, a banda sonora, confusa. Isto ajuda a definir o filme no seu todo. “Vice” é como a casca enrugada de um abacate bem maduro. Ácido, o filme torna-se áspero na sua palpação. O filme perde o rumo, desorienta-se e torna-se aborrecido.

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