Já são conhecidos os vencedores da 16.ª edição do MOTELX, que desde 6 de Setembro tem mostrado o melhor do cinema de terror nacional e internacional, num ano surpreendente e repleto de público e de fãs.
“VÓRTICE”, de Guilherme Branquinho, é o grande vencedor do Prémio SCML MOTELX para melhor curta-metragem portuguesa, na 16.ª edição do MOTELX.
Foram anunciados, durante a Sessão de Encerramento da 16.ª edição do MOTELX, na sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge, os vencedores das 5 competições do Festival.
O Prémio SCML MOTELX – Melhor Curta Portuguesa 2022 – a maior distinção concedida em Portugal para curtas-metragens (5.000€), com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que, este ano, empresta o seu nome ao prémio – foi atribuído a “Vórtice”, de Guilherme Branquinho.
O filme parte de um problema com o qual, segundo o realizador, “muitos lisboetas se identificam: não conseguir parar o carro quando se volta tarde do trabalho”. Partindo de uma ideia simples, “o filme vai gradualmente entrando numa espiral de paranóia e frustração quase psicótica”, explica.
Entre 12 curtas-metragens em competição, o júri – composto pela jornalista e pivô Maria João Rosa, a artista Surma e o programador, comissário e editor Tiago Bartolomeu Costa – escolheu “Vórtice” por transportar o espectador “numa viagem, da qual não consegue escapar do princípio ao fim – uma das coisas mais difíceis de conseguir num filme e um dos principais objectivos a atingir no género a que este festival se dedica”. Do naipe de curtas nacionais, “Reverso”, de André Szankowski, com argumento e interpretação de Afonso Pimentel, recebeu uma Menção Especial.
O mesmo painel de jurados decidiu-se ainda pelo filme francês “Censor of Dreams”, de Léo Berne e Raphaël Rodriguez, a quem foi entregue o Prémio Méliès d’argent – Melhor Curta Europeia 2022, por resumir “as ideias essenciais deste género: intuitivo, questionador, avassaladoramente desafiante, sobre a condição humana e o quotidiano”.
“Speak No Evil”, do realizador dinamarquês Christian Tafdrup, foi distinguido com o Prémio Méliès d’argent – Melhor Longa Europeia 2022. O júri formado pela jornalista, autora e radialista Ana Markl, a gestora de filmes em festivais Sélina Boye e o músico Tó Trips escolheu a obra “pela sublime forma como gere a tensão e toca nas feridas da hipocrisia das relações sociais”, e deixa um alerta: “Pensem duas vezes antes de fazer novos amigos”.
Os espectadores do MOTELX foram soberanos e votaram em “Deadstream”, realizado pelo casal norte-americano Joseph e Vanessa Winter, que ganhou o Prémio do Público da 16.ª edição do Festival.
Por fim, coube a “O Fantasma da Minha Infância”, de Carolina Aguiar, Francisco Magalhães e Pedro de Aires levar o Prémio microCURTAS, uma competição que já se tornou um culto no MOTELX e que desafia à criação de pequenas doses de terror através das novas tecnologias. A microCURTA vencedora “foi a que conseguiu encaixar uma narrativa abstracta com a instalação de medo e, acima de tudo, uma conexão emocional”, assinala o painel de jurados constituído pela criadora e realizadora Ana Correia aka Peperan, o guionista e actor André Mariño e o DJ e actor Kiko is Hot.
Sobre esta edição do MOTELX, os directores artísticos Pedro Souto e João Monteiro sublinham os “10 dias incríveis”, com “mais de 100 filmes, 70 sessões e centenas de horas de convívio cinéfilo que tanta falta nos fez nestes últimos dois anos”.
A 16.ª edição do MOTELX encerra hoje, dia 12 de Setembro, com alguns dos filmes exibidos este ano, três estreias nacionais (“Inferno Rosso: Joe D’Amato on the Road of Excess”, “A Última Praga de Mojica” e “A Praga”) e a projecção da curta e da longa europeias vencedoras, “Censor of Dreams” e “Speak No Evil”.
O MOTELX – Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa regressa em 2023, de 12 a 18 de Setembro, no Cinema São Jorge, para a sua 17.ª edição.