Em contagem decrescente para os Óscares, o Cinema Pla’net seleciona 7 grandes realizadores que nunca foram premiados pela Academia.
Todos os anos, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas premeia o que de melhor se fez na “sétima arte” no ano anterior. Em 2017 (no dia 26 de fevereiro), os “Óscares” celebram a sua 89.ª edição, continuando uma história de sucesso e de celebração da magia do cinema.
Contudo, nem todos os grandes nomes no que à realização diz respeito conseguiram conquistar uma estatueta dourada. Por azar, injustiça, ou qualquer outra razão, grandes realizadores falharam o triunfo de, pelo menos, um “Óscar“ competitivo (vários receberam um honorário). Deste modo, e realizando menção honrosa a Howard Hawks, Jean-Luc Godard, Terrence Malick, George Lucas, Tim Burton, Wim Wenders, David Fincher e Paul Thomas Anderson, segue-se uma lista com 7 grandes realizadores que nunca celebraram a conquista de um “Óscar“.
Christopher Nolan
Para começar, um dos aclamados cineastas da atualidade. Christopher Nolan apresenta um currículo de luxo, com títulos como a trilogia Batman, “A Origem”, “O Terceiro Passo” e “Interstellar”, mas ainda não conseguiu convencer os membros da Academia a presenteá-lo com uma estatueta. Para já, conta com 3 nomeações (curiosamente nenhuma para melhor realizador), para melhor filme do ano, enquanto produtor (por “A Origem”) e enquanto argumentista, também por “Inception” e ainda por “Memento”.
Com novo filme a caminho – “Dunkirk”, com estreia prevista para este verão -, talvez Nolan alcance, finalmente, o tão ambicionado (e merecido) prémio.
Akira Kurosawa
30 anos após a sua morte, Kurosawa mantém um impressionante legado por todo o mundo, sendo respeitado, tanto no Japão, como na América (prova disso é que recentemente foi lançado o filme “Os Sete Magníficos”, remake baseado no seu “Os Sete Samurais”).
No entanto, e embora tenha realizado obras que ecoam na eternidade como “Yojimbo”, “Ikiru” e “Às Portas do Inferno”, o lendário diretor japonês conseguiu apenas uma nomeação aos prémios da Academia, por “Ran”, que não consumou. Em 1990 receberia um “Óscar” honorário, mas não há como não o considerar um dos mais injustiçados cineastas dos “Academy Awards”.
François Truffaut
Pois é, os filmes “estrangeiros” (leia-se não falados em inglês) tendem a ter dificuldades em entrar na disputa pelas estatuetas douradas, bem como os seus realizadores. Truffaut foi um dos nomes mais brilhantes da nouvelle vague, movimento que alterou a forma de ver e fazer cinema, mas não conseguiu ser bem sucedido nas noites dos “Óscares“. Ao todo amealhou 3 nomeações (uma por realização, duas por argumento), que “sabem a pouco” perante o enorme trabalho que desenvolveu ao longo da carreira.
David Lynch
Poucos realizadores adquiriram, ao longo do tempo, o respeito que Lynch granjeia, pelo que não deixa de ser surpreendente o facto de nunca ter recebido uma estatueta. Responsável por êxitos de crítica como “No Céu Tudo é Perfeito”, “O Homem Elefante”, “Veludo Azul”, “Uma História Simples” e “Mulholland Drive”, o cineasta de 71 anos foi 4 vezes nomeado, em duas categorias distintas (argumento e realização), mas não conseguiu levar para casa o desejado prémio.
Robert Altman
7 nomeações dispersas por 30 anos de uma carreira absolutamente excecional, mas nenhum triunfo. Robert Altman seria presenteado com um “Óscar” honorário antes de falecer, mas a injustiça de nunca ter conquistado uma estatueta competitiva é demasiado óbvia para não ser mencionada. Apesar de ter realizado autênticas obras primas, da categoria de “MASH”, “Nashville” e “O Jogador”, saiu de todas as cerimónias sem prémio, que não raras vezes merecia.
Alfred Hitchcock
E esta? Facilmente apontado, por qualquer crítico que se preze, como um dos realizadores mais influentes da história do cinema, Alfred Hitchcock não teve o privilégio de vencer um único “Óscar” competitivo. Oportunidades não faltaram (a sua filmografia é extremamente rica), como atestam as 5 nomeações, mas a mente por detrás de êxitos como “Rebecca”, “A Janela Indiscreta”, “Vertigo” e “Psycho” terminou a carreira sem receber um único “Academy Award”.
Federico Fellini
O maior derrotado da história da Academia? O lendário cineasta italiano (um dos maiores vultos da cinematografia, de todos os tempos), criador de obras da envergadura de “Fellini Oito e Meio”, “A Estrada”, “A Doce Vida” e “Amarcord” alcançou um extraordinário número de 12 nomeações para “Academy Awards”, de 1947 a 1977, mas não foi capaz de convencer o júri a entregar-lhe, sequer, uma estatueta dourada. Tal como Hitchcock, Altman e Kurosawa, também Fellini conquistou um “Óscar” honorário, mas a sua incrível filmografia exigia mais.