“Alien: Romulus”: O filho perdido dos dois primeiros filmes da franquia

Alien
© 2024 20th Century Studios
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Sendo o sétimo filme da franquia Alien, Alien: Romulus  conta história de um grupo de seis jovens colonizadores, que numa tentativa de fugir do seu planeta, invadem uma nave em busca de cápsulas criogénicas.

Mas o que parece ser uma ideia simples e fácil de executar, vai se tornar num verdadeiro pesadelo quando se deparam com a pior ameaça do universo.

De volta às Origens

A franquia Alien surgiu em 1979, quando estreou o primeiro filme “Alien”, também conhecido em Portugal como “Alien: O 8º Passageiro” no qual nos apresentou pela primeira vez o famoso Xenomorpho como uma grande ameaça e parte da sua mitologia. Usufruindo do gênero do terror e da Ficção Científica, Ridley Scott conseguiu com uma narrativa simples e interessante trazer uma nova franquia para o mundo. E não faltou filmes para a marca Alien, qual conta com três sequelas, duas prequelas e dois crossovers com o outro extraterrestre matador de humanos famoso da cultura pop: o predador. Muitos desses filmes, tirando os últimos dois, tentaram explorar mais o universo distópico de Alien.

E após 45 anos desde o primeiro filme, a franquia volta aos grandes ecrãs de cinema com “Alien: Romulus” que promete resgatar a essência de terror de ficção cientifica dos dois primeiros filmes, que foi se alterando ao longo dos restantes lhes seguiram.

Mas será que consegue?

Na minha opinião, consegue, mesmo com alguns pequenos tropeços pelo caminho!

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Uma narrativa isolada, mas com raízes fortes na franquia

A trama deste sétimo filme da franquia situa-se entre os dois primeiros filmes, porém contando uma nova história mais isolada, mas com o mesmo tom de ameaça do primeiro filme.

Se por um lado, esta história isolada permite com que haja um novo ar para que novas ideias e invenções possam florescer, criando situações inusitadas e criativas, por outro lado, os argumentistas não parecem tão seguros nesta proposta e tenta na medida do que podem,  fazer ligações com os dois primeiros filmes da franquia com os quais este se relaciona, quer diretamente ou indiretamente.

A construção da narrativa pareceu bem estruturada, através de introdução que nos apresenta bem os personagens e a problemática, incluindo as ferramentas que ao início podem não parecer nada mas vão ajudar mais tarde para resolver certos problemas.

Logo segue-se um bom desenvolvimento que consegue perspicazmente ter os seus momentos de terror e momentos calmos, sem que um ou outro se atropelem. A ameaça consegue ser legitima e o argumento tenta ao máximo mover bem as peças do xadrez de forma mais natural possível, sem tentar quebrar a lógica e interna. Todas as informações parecem ser dadas no momento certo, tirando só pequenos momentos no qual uma dada informação parece um pouco mais desconexa e este aparece sem aviso prévio.

Por fim, um grande Clímax ousado, que consegue rebentar com tudo e reservar boas surpresas, enquanto tenta expandir um pouco mais a história da franquia.

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Mais Tensão e insegurança, menos sangue e violência

A direção de Fede Álveraz pareceu-me acertada para a abordagem que este filme toma, mesmo que este opte por um outro tipo de terror do que poderíamos esperar dele.

Ao início, devido a este diretor ter dirigido o filme “Evil Dead” (“A Noite dos Mortos-vivos” em Portugal)de 2013, estava espera que este pudesse utilizar de um terror mais físico e grotesco, com uma violência mais gráfica e sangrenta. E embora que ainda utilize deste tipo de violência, mas em momentos pontuais e específicos, foi para minha surpresa que ele tenta mais beneficiar-se através da cenografia bem trabalhada dos espaços futuristas que tanto a franquia nos habituou a ver, do silencio e ausência de som para criar longas cenas pura tensão, insegurança e terror, sem recorrer constantemente a sustos baratos, algo muito semelhante ao que ele fez em “Don’t Breathe” (“Não Respires” em Portugal) de 2016.

Toda parte técnica do filme, junto com a mistura fantástica de efeitos práticos e efeitos visuais, atmosfera aterradora dos locais  e o design grotesco da criaturas quer feito através de animatrónicos ou  bem “interpretadas” por atores reais, conseguem proporcionar momentos  únicos e distintos.

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Personagens interessantes para nos preocuparmos, mas com pouca personalidade

A única coisa que não me pareceu tão bem trabalhado foram os personagens que terão que lidar com ameaça. Os dois protagonistas são os únicos fogem dessa regra. A Rain, interpretada por Cailee Spaeny, embora não tenha a mesma força de personalidade e física de Ripley (Sigourney Weaver) do filme original e continuações, que o filme parece forçar essa comparação colocá-la em enquadramentos semelhantes ao original, esta consegue ter o seu charme através da sua personalidade mais contida e forte de seguir o seu objetivo.

Já o Ciborgue Andy, interpretado por David Jonsson, pareceu-me um bom coprotagonista, mesmo com a sua interpretação mais robotizada, este conseguem mostrar versatilidade para o que o argumento pede do seu personagem.
Quanto aos restantes, muitos deles são pouco aprofundados pelo argumento e ficam muito resumidos a pequenas informações nos seus diálogos, mas felizmente os atores até conseguem trazer alguma verdade para as suas interações, mesmo não sendo os melhores.

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Um dos melhores da Fraquia, mas não o melhor

Longe de ser o melhor filme da franquia devido aos pequenos problemas narrativos que tem, como por exemplo, não conseguir desenvolver bem os seus personagens, “Alien: Romulus” consegue, para mim,  estar dentro dos melhores que esta franquia já nos apresentou, resgatando a essência do filme original, e esperemos nós, levando a franquia num caminho mais promissor!

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