Neste drama musical, Carmen (Melissa Barrera) tenta fugir do México, após encontrar a sua mãe assassinada por bandidos. Desesperada, Carmen vai em busca de uma vida melhor perto da tia, a sua última familiar. Aidan (Paul Mescal), ex-fuzileiro, é um jovem angustiado pela guerra que, sem outro meio de subsistência, aceita fazer parte da patrulha que controla a fronteira com o Texas.
Durante uma das patrulhas, Aidan e o seu colega de turno, encontram uma carrinha com imigrantes ilegais em fuga – entre adultos e crianças, encontra-se Carmen. O colega de Aidan abre fogo sobre os imigrantes, o que leva Aidan a tomar uma decisão – virar-se contra os seus, ou salvar vidas inocentes em busca de um futuro melhor.
É aqui que, Aidan e Carmen entram em fuga, atravessando os Estados Unidos a caminho de Los Angeles, onde estarão novos desafios à sua espera.
História Original? Nem por isso.
A história de Carmen surge pela primeira vez em 1845, pelas mãos de Prosper Mérimée, escritor francês. O conto passado em Sevilha, fala sobre a liberdade e o amor obsessivo entre Carmen e Don José. Trinta anos mais tarde, Georges Bizet, transforma Carmen na ópera cómica que ainda hoje existe em cena.
Ao longo dos anos, vários realizadores recriaram esta história. Haveria necessidade de mais uma adaptação? Sim. Benjamin Millepied pega na sua experiência como bailarino e coreógrafo (não fosse ele um dos responsáveis pelo bailado em “Black Swan”) e coloca-a na realização, transformando as sequências musicais em algo único e onírico.
A história, sendo algo simples, prende-nos pela sua violência – a solidão, a imigração, a morte, tudo é tratado de forma bastante crua. Não há grandes explicações sobre o passado das personagens ou as suas motivações, porque não é necessário – tudo está subentendido na forma como os atores se expressam e na carga emocional de cada cena.
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A Musicalidade em “Carmen”
Não sendo um típico filme “musical” – no sentido em que as personagens não começam a cantar entre diálogos – toda a tensão do filme é premeditada pela banda sonora e pela sonoplastia.
Além disso, é de louvar a prestação dos atores principais. Melissa Barrera já nos tinha mostrado os seus dotes em “In the Heights”, mas nada antevia as performances incríveis e fisicamente complexas que ela e Mescal brilhantemente desempenharam.
Jamie Dornan quase foi Aidan
Em 2017, Millepied andava a tentar vender a ideia da sua versão desta tão famosa opera. Dois anos depois, a Sony Pictures comprou os direitos do filme e começou efetivamente a pré-produção do mesmo. Pela mesma altura, começam a sair as primeiras notícias na comunicação social sobre o filme, bem como os seus protagonistas: Melissa Barrera e Jamie Dornan teriam sido os escolhidos.
Em Novembro de 2020, Paul Mescal é anunciado como novo protagonista da trama. Não sabemos as decisões que levaram à troca, mas podemos especular que Dornan se tenha dedicado às filmagens de Belfast, que sairia no ano seguinte.
O elenco conta ainda com Elsa Pataky, Tara Morice, Nicole da Silva, Benedict Hardie , Richard Brancatisano e Pip Edwards.
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O filme foi apresentado ao público pela primeira vez em 2022, no Festival Internacional de Cinema de Toronto. A sua tour pela Europa começou no verão de 2023, chegando agora às salas de cinema portuguesas.
Um filme intenso e bonito, com uma história simples que, mais do que um romance, nos faz refletir sobre quem somos e para onde queremos ir.