“Escape Room” estreou na quinta feira passada nos cinemas. A premissa: 6 estranhos encontram-se presos num “jogo” e lutam pela sua sobrevivência.
O filme, realizado por Adam Robitel (“A Possessão”, “Insidious: A Última Chave”) conta com um elenco com caras bastante familiares como Taylor Russel (“Perdidos No Espaço”) Logan Miller (“Com Amor, Simon”), Jay Ellis (“Insecure”), Tyler Labine (“Tucker & Dale Contra o Mal”), Deborah Ann Woll (“Sangue Fresco”) e Nik Dodani (“Atypical”).
Somos apresentados a algumas personagens. Vemos o seu quotidiano, inclusive o dia em que cada um recebe um pequeno cubo enigmático. Um convite para experimentar um escape room e a possibilidade de ganhar algum dinheiro. Como seria de esperar, as personagens comparecem todas num prédio enorme, sem qualquer movimentação. Entram numa “sala de espera” que acaba por ser a primeira sala do escape room.
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Rapidamente apercebem-se que a experiência é real e não um jogo imersivo.
Um dos pontos fortes do filme é o elenco. Com performances excelentes de atores, que apesar de serem rostos familiares, nenhum é realmente conhecido pelo seu portefólio de trabalhos. O que também nos leva a um dos pontos mais negativos: o enredo e o facto do filme não aproveitar ao máximo a própria premissa.
Quando falo de enredo, falo de argumento, diálogos, relações entre as personagens e a própria caracterização das mesmas, é de esperar momentos que tentam ser emotivos mas que falham redondamente e claro, momentos cliché nos quais o próprio público adivinha as próximas falas, quem diz o quê, o que é que diz e por aí fora.
O próprio conceito não foi bem aproveitado, é um conceito minimamente original, mas que na sua execução falha em ser algo inovador, conseguimos relacionar certos aspectos com outros filmes como “Maze Runner” e até “The Hunger Games: Os Jogos da Fome”, o que poderá ser algo intencional da parte do realizador, mas que acaba por arrastar o filme para uma categoria vulgar, tratando-se apenas de mais um filme que tentou ser algo de extraordinário e falhou.
A atmosfera e direção de arte:
Voltando aos pontos positivos, talvez o mais forte seja a atmosfera, que vai muito além da própria fotografia. Como já sabemos, hoje em dia é “fácil” atingir uma qualidade razoável de imagem nos filmes, mas quando falo de atmosfera refiro-me também à própria direção de arte, cada sala deste escape room é pensada ao detalhe, cada uma completamente diferente da outra, vários temas, cores, decoração, cada sala transmite uma atmosfera diferente, o que acaba por enriquecer o filme. Quando se fala em direção artística, o filme não desilude.
Apesar do argumento não ser grande coisa no que toca a personagens, possui bons plot twists. Apesar do espectador estar um passo à frente do argumento no que toca a personagens, não está preparado para nada do que acontece.
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Algo que acaba por ser mortal para um filme deste género é o final. Este pode arruinar o filme ou não. Normalmente, o público é mais exigente no que toca a filmes com este tom mais negro. Se acaba bem é porque não faz justiça ao tema e ao mood do filme. Se acaba mal é porque falta explicar algo. Se acaba «assim assim» então é porque vem aí uma franchise e ninguém quer tal coisa!
A verdade é que ainda não foi confirmada uma sequela, mas o mais provável é que haja. Na minha opinião, o filme funciona sozinho, mas também tem asas para crescer e dar forma a outros filmes do mesmo género e com o mesmo conceito nos quais o entretenimento é garantido. No geral, é um filme que surpreende pela positiva, e o final deixa o espectador a desejar por mais.