Neste início de 2019 chega-nos “O Prodígio”, um filme de terror que nos poderá fazer reconsiderar todo o processo de ter filhos.
O argumento escrito por Jeff Buhler começa na noite em que Sarah Blume (Taylor Schilling) dará à luz o seu primeiro filho, que terá o nome de Miles Blume (Jackson Robert Scott).
Tudo descamba devido ao facto de no momento em que o bebé nasce, um serial killer é morto pela polícia e a alma deste criminoso renasce no corpo da criança. Enquanto Miles cresce, os pais reparam que o menino tem um desenvolvimento mental rápido e pouco natural, como se fosse de uma inteligência fora do comum.
Porém, o sonho depressa se torna um pesadelo quando o assassino começa a revelar-se mais e a tomar conta do corpo do rapaz, fazendo façanhas terroríficas que os pais terão de travar antes que percam o seu filho para sempre.
À primeira vista, o que mais se destaca em “O Prodígio” são as performances do seu elenco, em especial Taylor Schilling no papel da mãe e Jackson Robert Scott no papel do filho possuído. Taylor consegue imprimir vários sentimentos realistas de uma mãe e equilibrar com o ser personagem da audiência de um modo exemplar. Porém, é sobre os ombros de Jackson Robert Scott que o filme recai. O rapaz de apenas 10 anos revela um talento natural ao conseguir mostrar uma faceta inocente de menino e uma faceta mortífera do serial killer, tornando-se o elemento mais perturbador do filme.
O argumento de “O Prodígio” segue uma fórmula familiar do género de terror. Com vários jump scares inúteis para manter a audiência acordada e um final surpreendentemente ousado, consegue entreter até aos créditos finais.
O grande defeito do filme reside na realização pela mão de Nicholas McCarthy. Apesar de todo o conteúdo perturbador e sombrio que o argumento apresenta, McCarthy não consegue introduzir uma atmosfera terrorífica que sirva como fio condutor desde o início ao fim. Tudo é demasiado superficial e foca-se mais em certos aspectos pouco interessantes em detrimento de aprofundar a relação e a batalha interior entre o rapaz e o assassino.
Contas feitas, “O Prodígio” é salvo pelas performances do elenco principal. Com pouca atmosfera e um argumento básico, choca momentaneamente mas não consegue imprimir uma marca forte no espectador.