Scarlett Johansson, atriz nascida no estado de Nova Iorque, é dona não só de uma beleza escultural, assim como de um enorme talento para a representação.
Filha de mãe norte-americana e pai dinamarquês, Scarlett Johansson nasceu em Nova Iorque, em 1984, e é uma das atrizes que melhor conjuga as qualidades que, juntas, podem ser uma arma potente na representação: beleza e talento. Estreou-se no ano de 1994 no filme “North, o Puto Maravilha” e desde então nunca mais parou. Fez pelo menos um filme por ano, à exceção do ano 2000.
Com a capacidade de se destacar sem sequer aparecer no filme, Scarlett, dando voz a Samantha, em “Uma História de Amor”, consegue fazer com que, assim como à personagem de Joaquin Phoenix, também a nós, não só levar-nos para onde quer, mas fazendo com que isso seja até um desejo nosso, fazendo com que nós próprios nos queiramos deixar levar para qualquer que seja o destino por ela escolhido.
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Nomeada para quatro Globos de Ouro, duas vezes no mesmo ano pelas interpretações nos filmes “O Amor é um Lugar Estranho” e “Rapariga com Brinco de Pérola” e mais tarde pelos desempenhos em “Uma Canção de Amor” e “Match Point”, a bela atriz de 33 anos já experimentou todos os géneros e todos os tipos de filmes, incluindo blockbusters e até filmes independentes com conceitos mais alternativos como é o caso de “Debaixo da Pele”.
Birdy Abundas em O Barbeiro (2001)
Personagem: Uma jovem e promissora pianista que é incentivada por Ed Crane a tentar a sua sorte junto de um grande nome da música.
É com este papel que se começa a mostrar a grande atriz, é aqui que se começa a revelar verdadeiramente. Não tendo muito espaço de manobra, muito pelo pouco tempo que tem de fita, é pela qualidade com que desempenha o papel que sobressai. Com impacto direto no filme, tem a influência necessária para desviar qualquer rumo que o filme pudesse tomar.
A interpretação, assim como a personagem, é genuína, pura, mas com traços nada inocentes que transformam essa mesma personagem e uma atuação, que cairiam facilmente no esquecimento e não trariam nada de novo, numa personagem e num desempenho coesos e que marcam o próprio filme, dando a atriz mais um passo em direção ao inevitável sucesso. É feita assim uma transição daquela que era uma atriz ainda algo verde, para uma atriz com já alguma experiência.
Realização: Joel Coen e Ethan Coen
Charlotte em O Amor é um Lugar Estranho (2003)
Personagem: Uma jovem entediada em Tóquio, que forma um laço de amizade improvável com um homem mais velho, após os seus caminhos se cruzarem.
É com esta personagem que a carreira de Scarlett começa a ganhar alguma solidez. Ainda jovem, a atriz já não revela fragilidade no seu desempenho, ao invés da sua personagem. A cumplicidade de Scarlett com Bill Murray, com quem partilha o protagonismo do filme, é enorme. Ambas as personagens partilham o mesmo sentimento pela cidade que, sendo algo escura e até mórbida, dão ao filme o pano de fundo ideal para proporcionar o ambiente pretendido.
A melancolia e o desânimo que a personagem de Scarlett vive é a mesma que impera no filme. Quando começa a impaciência, esta mistura-se, de forma intencional, dissipando-se, com a calma e a serenidade. Aos olhos de alguém menos atento, que não esteja predisposto ou mesmo que não aprecie a essência deste tipo de filmes, talvez parcer-lhe-á um filme aborrecido, sem qualquer tempero. Contudo, o filme desfruta de tudo aquilo que é necessário. Tem sim, todos os temperos necessários para o efeito que a realizadora deseja.
Realização: Sofia Coppola
Nola Rice em Match Point (2005)
Personagem: Uma atriz que se apaixona por um professor de ténis que esteve para se tornar seu cunhado.
Jovial, alegre e ingénua são características que estão inerentes à personagem. Sem desvendar muito no início do filme, a personagem começa a revelar a sua essência de forma lenta, mas com seriedade e sem lacunas. É isso que faz com seja bem recebida, sem grandes entraves, seduzindo, mas sem tentar ludibriar quem vê.
É possível, na parte final, do filme fazer uma comparação entre o que a personagem é no início e o que ela é no fim. Existe uma clara transformação, de forma intencional, mostrando uma evolução da personagem.
Scarlett revela já bastante desenvoltura. A forma como se adapta às diferentes personagens é notória. O seu desempenho é bastante coerente ao longo de toda a longa metragem. Continuando a ser genuína, mostra com esta personagem bastante carisma. Prova, mais uma vez, que beleza e talento, quando aliados, compõem um argumento fortíssimo no desempenho de certas personagens.
Realização: Woody Allen
Cristina em Vicky Cristina Barcelona (2008)
Personagem: Uma mulher que viaja com a melhor amiga para Barcelona e vive uma paixão com um homem e a sua ex-mulher.
O filme tem três musas: Vicky, Cristina e Barcelona; Rebecca Hall, Scarlett Johansson e a cidade espanhola. Tendo o filme sido feito para girar à volta das três, colocando de parte aquela que serve também como pano de fundo, a personagem de Scarlett consegue sobressair um pouco em relação ao seu par. A atriz respeita o conceito do filme e atende a esse mesmo estatuto, de musa.
Tal como é narrado, Cristina aceita o sofrimento como parte inevitável da paixão. É esta a essência da personagem. É isto que a leva, mais tarde, a passar por situações insólitas e de grande vulnerabilidade. Resignada a arriscar por sensações, a personagem tem na atriz tudo o que precisa para ser vivida com grande encanto.
É a terceira vez que colabora com o realizador, o que, tendo os dois já alguma cumplicidade, favorece o desempenho da atriz. Contudo, não lhe deve ser atribuído menos brio na atuação por isso. É óbvio que lhe é mais fácil perceber as ideias e a forma de trabalhar de Allen. Porém, pode-lhe ser também atribuída uma maior responsabilidade por isso mesmo. Pesando os prós e os contras, é de reconhecer a competência da atriz, que atende a tudo o que lhe é pedido, respeitando a personagem.
Realização: Woody Allen
Natalie Rushman/Natasha Romanoff/Viúva Negra em Universo Cinematográfico Marvel (2010-2018)
Personagem: Membro da equipa d’Os Vingadores.
Scarlett desempenha pela primeira vez o papel de Viúva Negra no filme “Homem de Ferro 2”, em 2010. Depois disso, a personagem esteve presente em “Os Vingadores”, no ano de 2012, “Capitão América: O Soldado do Inverno”, em 2014, “Vingadores: A Era de Ultron”, em 2015 e, por fim, em “Capitão América: Guerra Civil” em 2016.
De reconhecer que para fazer estes filmes, principalmente o segundo em que participou, pelas inúmeras cenas de ação que os filmes têm, a atriz foi sujeita a um trabalho físico enorme, entregando-se de corpo e alma ao projeto. Passados oito anos de personagem, é bastante percetível o amadurecimento da mesma, evidenciando um claro crescimento.
A complexidade que já se faz notar nos argumentos e no mundo criado que faz ligar todos os filmes é notória, fazendo com que os papeis tenham de ser bem executados e que as próprias personagens tenham de ter bastante conteúdo. E, neste caso, é exatamente isso que acontece. Mais que uma atriz em papel secundário, a Viúva Negra exerce um papel fundamental na saga, não funcionando apenas como “mais uma”, mas sim como um elemento que se consegue fazer destacar de todos os outros pelo lado positivo.
Realização: Jon Favreau, Joss Whedon e Anthony Russo e Joe Russo