World Cinema Film Festival: o rescaldo da primeira edição

Em Junho tive o prazer de ser convidada para cobrir a primeira edição do World Film Festival na zona de Barking em Londres. Há imensos festivais de cinema nesta cidade porém este tem uma particularidade, tem como objectivo dinamizar esta zona especifica e dar oportunidades a quem não tem acesso fácil á industria do Cinema. Meses antes do festival ter acontecido eu sentei-me num café ao lado de Old Street Station para conversar com a criadora deste festival e o que a levou a deixar o seu emprego e a se dedicar a tempo inteiro a este sonho. 
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Em junho tive o prazer de ser convidada para cobrir a primeira edição do World Film Festival na zona de Barking em Londres. Há imensos festivais de cinema nesta cidade porém este tem uma particularidade, tem como objectivo dinamizar esta zona especifica e dar oportunidades a quem não tem acesso fácil à industria do Cinema. Meses antes do festival ter acontecido eu sentei-me num café ao lado de Old Street Station para conversar com a criadora deste festival e o que a levou a deixar o seu emprego e a se dedicar a tempo inteiro a este sonho.

Joelle David vem de East London, de uma família multi-cultural, e com uma paixão pelo Cinema. Começou por trabalhar como Assistente de Realização há uns anos atrás. Exerceu essa função em projetos como Aladdin, Tomb Raider, Lost in London e Guerrilla.

Por muito que estivesse a gostar do trabalho eu achei a industria muito fechada. Comecei a notar que estava sempre a trabalhar com o mesmo tipo de pessoa, não que eu não gostasse dos meus colegas mas porque eu sinto-me melhor num ambiente mais diverso. Adoro trabalhar com pessoas que têm uma historia diferente ou vêem de países diferentes.

“Diversidade” é a palavra que mais se usa quando falamos de entretenimento nos dias de hoje. E isso está, sem dúvida, a mudar a face do Cinema e da Televisão. Cada vez mais vemos caras, histórias e projetos que nunca teriam tido uma oportunidade há dez anos atrás. Todavia, é só o começo, e ainda há muito caminho para percorrer.

Quando estava a trabalhar como assistente de produção outro assistente passava o tempo a fazer outras coisas que nada tinham a ver com o trabalho e eu decidi comentar sobre a situação. Porém quando o fiz a resposta que tive foi que eu nunca iria longe na industria porque me queixava demasiado. Eu levei essas palavras comigo e decidi montar esta companhia e mostrar que o facto de termos uma voz e apontar o que está de errado não é uma falha, é um direito!

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Chegou o mês de Junho e com ele o tão esperado dia do festival. Chegamos cedo para nos preparamos para as sessões de curtas, entregas de prémios, bem como para os respectivos Q&A’s. O festival encontra-se na zona de Barking num teatro da área. À entrada somos recebidos pelos voluntários, que posteriormente nos guiam para a zona VIP, onde convidados e imprensa se reúnem. Há bancas de comida e bebida de vendedores locais, uma maneira de apresentar assim a variedade cultural da zona, e um bar onde também se podem pedir refrescos e conversar com quem começa a chegar.

A minha primeira ideia para este festival foi que tinha que, de alguma forma, ser sobre cultura. E os realizadores que enviem as suas curtas que reflitam o que cultura significa para eles. Quero também apresentar oportunidades a quem está apenas a começar e mostrar-lhes que há muita coisa que podem fazer dentro da industria. As pessoas não sabem que estes trabalhos existem e eu quero mudar isso.

Tivemos a oportunidade de assistir a brilhantes Q&A’s com os realizadores Koby Adom (House Girl), Ron Scalpello (My Name Is Lenny)  e o actor Steve Toussaint (Prince Of Persia).

World Cinema Film Festival

E com as talentosas Deepa Keshvala e Olive Rose Garden.

World Cinema Film Festival

As três curtas selecionadas para o festival representam bem o que a cultura pode significar para alguém, e se tiverem um tempinho, durante a pausa do almoço ou enquanto vão nos transportes públicos para o emprego, aproveitem para ver estas histórias.

House Girl

World Cinema Film Festival

Close Ties

World Cinema Film Festival

The School Bag

No final, Joelle apresentou as curtas vencedoras. Um vencedor internacional (foto do twitter da Parallel Madness) e um local (residente em Barking and Dagenham). Em breve, caso haja oportunidade, irá haver mais variedade nos prémios atribuídos.

World Cinema Film Festival

Mas há muito mais que Joelle quer fazer no futuro, e na próxima edição do festival.

Nós não investimos o suficiente nos mais jovens, esta industria não é assim tão grande neste país. Mas oportunidades de emprego não são divulgadas! Eu compreendo que preferem apostar no trabalho de quem conhecem mas se não há formação e acesso como podem estes jovens chegar lá? Ou terem conhecimento das oportunidades? Eu quero trazer formações com pessoas de qualidade.

Terminamos o dia do festival com a sensação de que algo muito especial começou neste dia. Aguardamos com muita expectativa a próxima edição, e iremos acompanhar de perto o crescimento de um sonho que se tornou numa ideia e certamente se irá transformar em algo muito maior.

Para mais informações sobre o trabalho de Joelle e da sua companhia poderás consultar o site oficial aqui.

Presença de Maria J. Lima e Renato Vieira

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