10 Filmes japoneses indispensáveis aos fãs de terror

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O Japão é um país de imensa criatividade e peculiaridade, e quando procuramos algo que fuja à regra, é quase certo encontrarmos o que procuramos em terras nipónicas. No que toca a filmes, tal não é exceção, e o terror asiático é dos que mais impressiona os mais amedrontados.

Há algo que faz com que os títulos de terror japoneses sejam diferentes daquilo que estamos habituados a ver no cinema, principalmente quando vindo de Hollywood. Num género em que o jumpscare é quase regra indispensável para um filme ser considerado de terror, é bom ver que ainda há culturas que apreciam uma boa história e uma aterradora atmosfera, e o Japão tem bastante bons exemplos de títulos que fazem jus ao género que representam.

É impossível apresentar todos os filmes de terror japoneses, e há muitos que merecem destaque, mas estes dez aqui apresentados mereceram o seu lugar pelas diversas formas como as suas histórias, personagens, ambiente e tensão trouxeram um misto de sentimentos nos seus espetadores.

BATTLE ROYALE

Muito antes de The Hunger Games, já a ideia de um grupo de jovens ser levado para um lugar isolado e serem obrigados a se matarem uns aos outros até restar um havia sido implementada. Baseado num romance de 1999 pela mão de Koushun Takami, Battle Royale segue uma turma de alunos do secundário que são escolhidos para participar num programa do governo japonês que envolve enviá-los a uma ilha e obrigá-los a competirem mortalmente uns com os outros até que um saia vitorioso.

Battle Royale pode não possuir todas as qualidades do romance (ou até mesmo do seu manga), mas consegue apresentar uma história dramática icónica e profunda, com excelentes performances de cada um dos seus atores e um forte sentido de moral e justiça que nos leva a questionar o que faríamos nesta mesma situação.

SUICIDE CLUB

Também conhecido como Suicide Circle no Japão, este filme é capaz de ser dos mais perturbadores filmes do século XXI. Um filme indie, Suicide Club explora uma vaga de suicídios em massa no Japão, enquanto três detetives tentam investigar a causa e compreender as razões para tais comportamentos.

O filme começa logo de forma completamente perturbadora, com o suicídio de mais de cinquenta alunas adolescentes, numa das cenas mais sangrentas, e o resto da experiência não é mais agradável. Suicide Club é uma muito complexa história que explora a mente e a forma como certas modas podem influenciá-la, muitas vezes pela negativa.

RINGU

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Muitos viram a sua contraparte americana, mas foi em 1998 que tudo começou. Ringu apresenta-nos um bizarro conceito em que uma lenda urbana pode ser mais real do que pensamos. Sobre uma cassete maldita que mata qualquer um que a veja sete dias depois, este filme é a adaptação de um livro do mesmo nome do escritor Koji Suzuki, que por sua vez se inspirou na lenda folclórica da Bancho Sarayashiki. Ringu acompanha a luta contra o tempo de Reiko Asakawa para quebrar a maldição da cassete enquanto explora as suas origens e enfrenta um espírito vingativo.

Ringu é daqueles filmes que despertam a nossa curiosidade em lendas urbanas, e a forma como a história é contada é surpreendente, com momentos perturbadores e com um bom equilíbrio entre o sobrenatural e a tecnologia.

JU-ON: THE GRUDGE

Um dos filmes mais tensos e aterrorizantes do início do século, Ju-on: The Grudge pode ser mais uma história sobre espíritos vingativos, embora a forma única como é apresentada deixe qualquer um indiferente. Ao saber que a esposa estava apaixonada por outro homem, Takeo Saeki assassina Kayako, o gato da família e possivelmente o filho Toshio. Este ato cruel criou uma maldição que se instalou na casa onde a família vivia, e quem entrasse naquela casa seria afetado pela maldição e morto pelo espírito vingativo de Kayako.

Ju-on: The Grudge é daqueles filmes que causam arrepios sempre que sentimos a presença de Kayako e a começamos a ver a deslocar-se de maneira irregular enquanto emite aquele típico som fantasmagórico impossível de descrever em palavras, de tão aterrador que é. A história é única, a atmosfera é incomodativa e a experiência não deixa qualquer um ficar indiferente.

UZUMAKI

Junji Ito é um muito conhecido mangaka devido aos seus trabalhos que apostam muito no terror visual e perturbador. Um desses trabalhos é o conhecido Uzumaki, a história de uma cidade isolada que recebe uma maldição que faz com que os seus habitantes fiquem afetados com uma espiral e com uma muito perturbadora fixação com tudo o que tenha o mesmo padrão. Kirie e Shuichi são um jovem casal que se apercebe de que algo de muito estranho se está a passar na pacata cidade de Kurozu e juntos assistem às muitas loucuras que os demais habitantes sofrem enquanto a espiral vai consumindo aos poucos a cidade.

Uzumaki é uma adaptação do manga com o mesmo nome, e apesar de não ter a mesma conclusão, consegue passar em grande parte o incómodo e a perturbação que os trabalhos de Junji Ito transmitem. É interessante e ao mesmo tempo desconfortável ver as diferentes formas em que os habitantes de Kurozu ficam afetados com a maldição, e a atmosfera é enervante e nos deixa bastante abalados.

DARK WATER

Baseado num livro do mesmo nome do escritor Koji Suzuki, Dark Water conta a história de Yoshimi Matsubara, uma mulher a meio de um divórcio, que se muda para um apartamento com a sua filha Ikuko. Aparentemente, tudo está bem, mas quando Yoshimi descobre uma infiltração de água vinda do apartamento de cima que parece nunca ficar resolvida, toda a sua vida a partir daí nunca mais será a mesma. Uma mala vermelha com a figura de um coelho aparece sempre independentemente da quantidade de vezes que Yoshimi se livre dela, cabelos que surgem em conjunto com a água da torneira e as aparições de uma estranha rapariga são alguns dos acontecimentos estranhos que vão assolando a vida de Yoshimi até ao momento em que até Ikuko desaparece.

Dark Water teve direito a um remake em 2005, mas que falha em transmitir a mensagem e a tensão que a sua contraparte original passa ao espectador. Os momentos são aterradores, mas a história é única, mostrando um laço de amor incondicional entre mãe e filha que vai deixar muitos com a lágrima ao canto do olho.

NOROI

Filmado ao estilo found footage, Noroi conta a história de Masafumi, um investigador paranormal que se tornou famoso pelo seu trabalho. Enquanto trabalhava no seu último documentário sobre uma misteriosa maldição, Masafumi é dado como desaparecido e a sua casa é incendiada, deixando para trás as imagens. As mesmas mostram Masafumi a investigar a casa abandonada de uma mulher chamada Junko. à medida que o mistério se vai desenrolando, Masafumi acaba por descobrir uma entidade sobrenatural que o envolve num turbilhão de acontecimentos aterrorizantes.

Noroi possui o estilo de found footage muito comum hoje em dia no cinema norteamericano, o que para audiências nipónicas é invulgar, assim como a sua duração, que é mais longa que o comum. Para além disso, a história, a cinematografia e o ambiente fazem de Noroi um título obrigatório.

AUDITION

Um filme de 1999, a história segue o viúvo Shigeharu, que se encontra solitário depois da morte da sua esposa. Depois de o seu filho sugerir que encontre um novo amor, Shigeharu decide seguir em frente e encena uma audição para encontrar uma nova esposa. É numa destas audições que conhece a misteriosa Asami, por quem o protagonista se apaixona imediatamente. Contudo, apesar de Asami se mostrar igualmente interessada, depressa Shigeharu se apercebe que não é o seu amor que ela procura exatamente.

Para quem já viu Audition sabe que este é um título visualmente perturbador, do qual muito pouca gente se sente indiferente. Há cenas suficientemente sangrentas para fazer os mais impressionáveis desistir antes do fim, e os trinta minutos finais são considerados os mais tensos de todo o filme. Certamente não para os mais impressionáveis, mas indispensável para os fãs de gore.

MAREBITO

Um filme de 2004, o filme conta a história de Masuoka, um homem que vive obcecado com o medo, e procura captá-lo através de uma câmara depois de ver um homem a cometer suicídio ao se esfaquear num olho. Eventualmente, ele acaba por descobrir uma dimensão alternativa por baixo de Tóquio, onde ele encontra uma mulher acorrentada numa caverna. Ele leva-a com ele para sua casa, mas rapidamente se apercebe que a mulher não come, bebe ou mesmo fala, e que a única coisa que deseja é sangue.

O filme é fascinante não apenas pelos seus elementos de horror mas também pela sua fantasia, que é bem captada no momento em que Masuoka passa dos túneis subterrâneos de Tóquio imediatamente para um cenário montanhoso. É na verdade algo que é raro ver noutros filmes de terror, e esse e outros elementos aterrorizantes fazem de Marebito um título essencial em cada coleção.

TETSUO: THE IRON MAN

Um cyberpunk de 1989, Tetsuo: The Iron Man é em todos os sentidos imensamente perturbador. Rodeado de tubos de metal e fumo, um homem corta a própria perna e insere uma haste de metal no seu interior. Mais tarde, com larvas a infestar-lhe a perna, o homem corre pelas ruas a gritar, sendo logo a seguir atropelado por um casal que tenta encobrir o incidente. Desejoso de vingança, o homem caça o culpado e amaldiçoa-o, transformando-o num horrendo monstro de metal.

A premissa é bastante estranha, mas a experiência é suficientemente subentendida para se tornar desconfortável ao espectador. O filme é visualmente perturbador, com muito gore à mistura, e o pouco diálogo que apresenta ajuda na construção do ambiente aterrador que tornou Tetsuo: The Iron Man num dos mais conceituados filmes de terror do cinema japonês.

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