A adaptação cinematográfica de «Story of Your Life» (Ted Chiang) resulta em «Arrival – O Primeiro Encontro», uma história sobre 12 naves espaciais aterradas em diferentes pontos da Terra, sem nenhum padrão reconhecível.
Louise Banks (Amy Adams), uma especialista em linguística, é recrutada pelo Coronel Weber (Forest Whitaker), representante do Exército norte-americano, para tentar comunicar com estes visitantes e perceber as suas intenções. Além disto, ainda contamos com a presença e ajuda de Ian Donnelly (Jeremy Renner), um físico teórico. Este conceito de chegada de vida extraterrestre, humanos a tentar perceber os seus objectivos, e jogos militares pelo meio, não é novo, e é por aqui que ficam as semelhanças.
O primeiro acto deste filme é lento, bastante lento até. Quem conhece a filmografia de Villeneuve, sabe que este é o seu estilo… E, também, que vale a pena esperar. A tensão é construída sem momentos mortos e todas as escolhas que vemos no ecrã têm um significado, mesmo que não seja imediatamente óbvio. Pode ser vagaroso, mas não se vão sentir aborrecidos. É nesta primeira parte do filme que conhecemos Louise e as suas motivações para querer ajudar, que vão tornar-se importantíssimas mais à frente.
No segundo e terceiro acto começamos a ter mais respostas, e, ao mesmo tempo, ainda mais perguntas. É aqui que Amy Adams se destaca. As suas capacidades como actriz já são há muito conhecidas e apreciadas, mas fica sempre a sensação de que falta algo. Desta vez, não. Sozinha, Adams consegue elevar ainda mais este filme sem precisar de Jeremy Renner. Já o contrário parece óbvio.
Outro factor chave é a cinematografia de Bradford Young, que fez um trabalho extraordinário. Umas das melhores cenas acontece no início, quando somos apresentados pela primeira vez à nave aterrada.
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«O Primeiro Encontro» deixa-nos a pensar em respostas para as imensas perguntas, não apenas sobre a história, mas principalmente sobre nós, humanos.