Black Mirror (4ª temporada) – Um regresso forte e cativante

Black Mirror
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Os novos episódios de “Black Mirror” voltam a surpreender, não só pela sua originalidade mas também por ilustrarem realidades cada vez mais próximas.

A quarta temporada começa com o episódio “USS Callister”, uma homenagem obscura a “Star Trek”. A Netflix já tinha revelado um misterioso trailer do episódio que parecia não ter nada a ver com o espírito da série. “Black Mirror” é conhecida por usar a tecnologia para chocar a audiência. No entanto, o trailer não revelava nada relacionado com isso. Por isto, o episódio revelou-se uma brilhante surpresa. “USS Callister” capta o espírito sombrio da série perfeitamente e leva-nos numa viagem interessante e imersiva. Constitui um excelente ponto de arranque.

Em “Arkangel”, uma jovem mãe pretende proteger a sua filha, por isso, adere ao sistema inovador Arkangel. Este não só permite saber sempre onde a filha está e o que vê mas também bloquear a visão da criança quando esta presencia algo violento ou impróprio. Apesar de ter sempre a felicidade da filha em mente, o sistema tem consequências graves na família. “Arkangel” não só é uma crítica aos “pais helicóptero” mas também mostra como a privacidade e liberdade são importantes.

“Crocodile”, terceiro episódio, foca-se na vida de Mia Nolan, uma arquiteta de sucesso. Esta é levada a cometer vários crimes para proteger um grande segredo do seu passado. “Crocodile” não se foca na tecnologia nem nas personagens, daí ser o episódio mais fraco desta quarta temporada. Desta vez, o argumento não sobressai, apesar de a performance de Andrea Riseborough ser impecável.

O quarto episódio, “Hang the DJ”, explora a evolução das aplicações para encontros (como o Tinder), onde um sistema determina a compatibilidade entre casais para encontrar a alma gémea de quem o utiliza. Este episódio não só reflete sobre o avanço tecnológico mas também segue uma história de amor improvável. Fazendo lembrar o episódio da temporada anterior “San Junipero”, “Black Mirror” volta a oferecer-nos um romance incrível que foge dos esteriótipos. Sem dúvida um dos episódios mais fortes desta temporada.

“Metalhead” é um episódio de suspense completamente diferente de todos os episódios da série. É um episódio increvelmente atmosférico devido a uma banda sonora impecável e por ser completamente gravado a preto e branco. Nele seguimos uma luta de uma mulher contra implacáveis cães robots, num mundo pós-apocalíptico. A sua luta pela sobrevivência, no entanto, não é muito memorável. “Black Mirror” habituou-nos a choques, murros no estômago, imprevisibilidades – algo que não acontece em “Metalhead”.

“Black Museum” é o final perfeito para esta temporada. Neste episódio seguimos Nish enquanto ela faz uma visita guiada a um museu de artefactos tecnológicos com histórias chocantes. Estes artefactos não nos são completamente desconhecidos, conseguimos identificar objetos importantes para os episódios desta temporada (como “Arkangel” e “Crocodile”) e de temporadas anteriores (como “White Bear” e “Hated in the Nation”). “Black Museum” é um episódio eletrizante com histórias chocantes mas cativantes sobre o poder do avanço tecnológico. As histórias criativas e macabras conjuntamente com todas as reviravoltas tornam-no num dos melhores episódios da temporada e da série. A não perder.

Em suma, “Black Mirror” continua a ser capaz de surpreender. Em geral, os seus episódios focaram-se em realidades interessantes onde os efeitos da tecnologia têm consequências importantes. Esta é uma temporada que merece ser vista e revista. Esperemos que uma nova temporada desta fantástica, e cada vez mais relevante, série esteja para breve.

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