Ao fim de 21 filmes e 10 anos nestas andanças, a MCU lança “Captain Marvel”, o primeiro filme da Marvel com uma heroína no leme.
Protagonizado por Brie Larson (“Quarto”), “Captain Marvel” – traduzido em português por “Capitão Marvel” por algum motivo – conta-nos a história de Vers, um membro da patrulha espacial que está a ser treinada por Jude Law para conseguir controlar os seus poderes de combate.
Quando designada para a sua primeira missão para resgatar um espião Kree, Vers é então capturada pela raça alienígena Skrull, uns seres que conseguem transformar-se em qualquer ser vivo ao seu dispor.
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Quando estes começam a vasculhar na sua memória, percebemos que Vers tem poucas recordações de quem era antes e, despenhar a sua nave de fuga na Terra, terá de unir esforços com Fury (Samuel L. Jackson) para desvendar a sua identidade e travar uma guerra entre duas raças alienígenas que poderá destruir o Mundo.
Começando pelo elenco, terá de se tirar o chapéu a todos. Brie Larson transporta beleza, carisma e personalidade para esta Carol Danvers. Com humor e altos momentos badass, torna-se assim uma personagem que a audiência tem facilidade em apoiar.
A sua química com Samuel L. Jackson é inegável, injetando uma faísca de buddy cop ao filme com ótimas interações entre ambos. No outro campo, Ben Mendelsohn volta a estar no grande ecrã como vilão, neste caso como líder dos Skrull, e demonstra que não é por acaso que Hollywood lhe dá este tipo de papel.
Num registo mais técnico, e à moda do que a Marvel já nos habituou, os efeitos visuais e sonoros estão on point. Como o filme decorre durante os anos 90, a banda sonora resgata alguns êxitos desta época à la “Guardiões da Galáxia”, que resgata algumas pérolas que transportam o espectador para aquela década de grunge e rock alternativo.
“Captain Marvel” tem a tarefa árdua de dar uma história de origem à sua heroína, tal como fazer a ligação para o próximo grande filme da Marvel, ligar alguns pontos narrativos do passado deste universo e, de forma subtil, demonstrar como poderá ser o futuro deste franchise. E, como resultado final, o filme tem dificuldades em lidar com tudo isto.
Não tem uma escala tão épica e grandiosa como outros filmes da MCU, o que poderá ser um sabor amargo para alguns fãs deste género. Para além de que é o filme com maior incidência em ficção científica atè à data, o que também poderá ser um defeito para alguns.
Voltando a um formato já antigo da MCU, apesar da grande presença de Mendelsohn, o vilão fica um pouco soterrado sobre tudo o que o argumento pretende transmitir e todas as voltas e reviravoltas ao longo da narrativa. Não chega, assim, a conseguir injetar um sentimento de vilania ao longo do filme. O porto final da história com os Skrull é perfeito, mas poderia ter sido abordado de forma mais clara desde o início.
Na parte técnica, a grande falha provém da própria edição do filme. Seja em combates corpo-a-corpo bem como em momentos de diálogo, a edição apresenta cortes frios e repentinos, causando que algumas cenas percam o seu momentum e pareçam saídas de um trailer.
No fim, “Captain Marvel” é um bom filme com grandes momentos, pequeno em escala mas satisfatório no seu total. Com boas personagens mas um argumento atribulado, “Captain Marvel” torna-se uma boa entrada para a grande refeição que será “Avengers: Endgame”.