Juntos Para Sempre 2, obra realizada por Gail Mancuso, chega esta semana às salas de cinema portuguesas. Trata-se de uma sequela divertida, comovente e acima de tudo bem construída que acrescenta ao trabalho da primeira produção.
Se havia dúvidas quanto ao poder desta história no público, Gail Mancuso (Modern Family, Gilmore Girls), vencedora de 2 Emmys Primetime, elimina-as com este segundo filme, Juntos Para Sempre 2.
Voltamos a acompanhar Bailey (Josh Gad) no mesmo ponto em que ficou no último filme. Vive uma boa vida de campo juntamente com o seu dono Ethan (Dennis Quaid) e a companheira do mesmo, Hannah (Marg Helgenberger). No lar encontra-se também Gloria (Betty Gilpin), viúva do filho e mãe da neta, CJ, (Abby Ryder Fortson) de ambos.
Desde logo, representada como uma mãe desligada da maternidade, Gloria não aguenta os conselhos dos sogros que lhe soam a pressão e julgamento e acaba por abandonar a casa com a filha para perseguir os seus sonhos. O contacto entre avós e neta é cortado.
O propósito de Bailey retirado do primeiro longa (Juntos Para Sempre) consistia em viver o presente e reunir-se com o seu dono. Nesta sequela vemos uma continuação desse objetivo, mas surge um novo quando morre.
Ethan profundamente crente na possibilidade de ressurreição dos cães, da-lhe como missão de vida ou, melhor vidas, encontrar a sua neta CJ e protegê-la. É caso para dizer que os cães afinal têm tantas ou mais vidas que os gatos.
A narrativa é construída em paralelo. À medida que vemos uma CJ mais velha (Kathryn Prescott) que quer ser cantora em Nova Iorque, vemos a jornada de Bailey (vai trocando de corpo, nome) que faz de tudo para a encontrar, tal como o dono lhe pediu.
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CJ cresce muito solitária, tendo como melhor amigo Trent (Henry Lau), um vizinho simpático que decide com os pais adotar um cão. Nesse dia, CJ acompanha-o e nessa mesma ninhada está Molly (o Bailey) que faz de tudo para ser levada por ela e acaba por ter sucesso.
Dog’s Journey serve como uma bela sequela para um primeiro filme que se limitou a apresentar uma premissa simples – um cão com diversas vidas – que se repetiu várias vezes na produção, tornando-se cansativo e previsível. Eu muito honestamente temia que este filme fosse mais do mesmo e fosse aborrecido, no entanto felizmente isso não se verificou. Não se perdeu a ideia, mas esta foi trabalhada de modo a não ser uma mera repetição do primeiro filme.
A construção da narrativa juntamente com um elenco credível permitem ao espectador sentir que está realmente a acompanhar a história de uma família, de uma geração, não ficando de parte problemas atuais e relevantes que credibilizam ainda mais a história e a tornam interessante. Percebemos que há subenredos propositados.
Além do alcoolismo, de problemas familiares, da agressão entre casais, o filme retrata igualmente a força da união, da amizade, do amor, a possibilidade de recuperação e, ainda o amadurecimento pessoal e profissional de uma jovem adulta que sempre teve medo de tentar.
Em última análise, o grande propósito dos cães é estarem com quem amam, divertirem-se ao máximo no presente e fazerem as pessoas felizes.
Posto isto, Juntos Para Sempre 2 trata-se de uma sequela que acrescenta sentido aquilo que já conhecíamos, torna a história mais forte ainda, assim como a nossa ligação a ela. Sim, é novamente um filme para chorar, por isso, preparem esses lenços.