O Cinema Pla’net pediu e John Carpenter aceitou. O lendário realizador esteve à conversa com o nosso site.
Nascido a 16 de Janeiro de 1948, em Carthagen, Nova Iorque, John Carpenter mudou-se com os pais para o Kentucky, ainda em criança. Howard Carpenter, o seu pai, era o diretor do departamento de música da Western Kentucky University. Quando questionado sobre o início da sua paixão pelo cinema, o realizador remeteu o acontecimento para a sua infância:
“Foi quando tinha quatro anos de idade. Os meus pais levaram-me ao cinema pela primeira vez e a experiência transformou-me.”
São várias as inspirações que o realizador, argumentista e também compositor teve com o passar dos anos, afirmando-se um grande fã da banda Beach Boys e colocando nos seus filmes algumas referências ao mestre Alfred Hitchcock. No entanto, o seu ídolo é sem sombra de dúvidas:
“Howard Hawks. Serviu-me sempre de inspiração ao longo da carreira.”
Foi com os filmes de Hawks que a paixão de Carpenter pelo cinema cresceu. “Rio Bravo”, “Céu Aberto”, “Scarface, o Homem da Cicatriz” e “Sargento York” são alguns dos mais de 40 filmes que Howard Hawks realizou ao longo da sua carreira. No entanto, enquanto a carreira do seu ídolo chegava ao fim nos anos 1960 (o último de filme de Hawks foi “Rio Lobo” em 1970), Carpenter dava os seus primeiros passos nas curtas-metragens, tendo realizado a sua primeira longa-metragem em 1974, a comédia de ficção científica “Estrela Negra”.
Ao longo da sua carreira, John Carpenter realizou grandes clássicos do cinema de terror como “Halloween – O Regresso do Mal” (1978), onde apresentou ao mundo um dos vilões mais icónicos do cinema, Michael Myers, “O Nevoeiro” (1980), numa segunda colaboração com a atriz Jamie Lee Curtis e ainda “The Thing – Veio do Outro Mundo” (1982), num registo entre o terror e a ficção científica, outro género no qual teve uma participação crucial, ao realizar filmes como “Nova Iorque 1997” (1981) e “Fuga de Los Angeles” (1996), protagonizados por Kurt Russell no famoso papel de Snake Plissken. No final, se pudesse voltar atrás no tempo para dar um conselho à sua versão mais jovem, Carpenter diria uma única palavra a si próprio:
“Relaxa.”
Recentemente, são vários os realizadores a debaterem o futuro do cinema, o excesso de filmes de super-heróis, a qualidade relativa dos blockbusters, a opinar sobre as mais diversas invenções, do uso dos óculos 3D, à chegada do 4DX e à tentativa de implementar a Screening Room, mas John Carpenter apenas afirma:
“Os filmes são a grande forma de arte moderna e continuam a ser fantásticos.”
Em relação a futuros projetos, Carpenter não está a cargo da realização de um filme desde 2010, altura em que apresentou “O Hospício”, participando em negociações relativamente a remakes dos seus filmes como “Eles Vivem!” e “Nova Iorque 1997”, tendo ainda em desenvolvimento “Darkchylde”, uma adaptação da banda-desenhada criada por Randy Queen em 1996, que segue a vida de Ariel Chylde, uma jovem que consegue transformar-se nas criaturas monstruosas dos seus pesadelos. Mas o projeto que o mantém mais ocupado no momento é outro:
“Tenho sempre filmes e projetos televisivos a aparecer. Mas por agora estou ocupado com a tour de Lost Themes 2, que está quase a começar!”
Lost Themes 2 é o novo albúm com 12 faixas de áudio que Carpenter vai lançar a 15 de Abril deste ano. Uma continuação do trabalho iniciado no Halloween de 2014 quando apresentou “Vortex”, o primeiro single de Lost Themes, que relançou a sua carreira na música.