Protagonistas de “Kally’s Mashup”, uma série juvenil de sucesso em exibição no BIGGS, Maia Reficco e Alex Hoyer estiveram à conversa com o Cinema Pla’net.
É a primeira vez que participam numa série. Como é que surgiu a oportunidade de protagonizarem “Kally’s Mashup”?
Maia Reficco: Para mim, tinha acabado de sair da Berklee College of Music de Buenos Aires. Estava a estudar no liceu, a fazer o que qualquer adolescente faz. Tinha também as lições de piano e estava a explorar a minha música. Um dia recebi uma chamada para a audição porque viram o meu Instagram. Mandaram-me uma cena para desempenhar e queriam que cantasse uma canção à minha escolha. Enviei-lhes o monólogo e decidi cantar ‘Dangerous Woman’ da Ariana Grande. Lembro-me que estava sozinha no estúdio da minha mãe e coloquei o telemóvel em cima do piano. Estava aterrorizada de poder estar a fazer tudo mal e de repente enchi-me de coragem e “Ok! Eu vou fazer isto! Estou pronta!”. No dia seguinte estava com a minha mãe quando recebi a chamada e eles disseram “Precisamos da Maia daqui a três dias em Miami para gravar o episódio piloto.” Comecei a chorar e a dizer à minha mãe “Tens a certeza que eles ligaram para o número certo?”. Mas assim que cheguei a Miami e filmei o piloto, foi incrível.
Alex Hoyer: Há três anos que preparava a minha música como artista a solo e do nada recebi um email da produção a dizer que me tinham encontrado no Instagram e queriam que fizesse uma audição. Nunca tinha representado na minha vida, portanto disse-lhes “Eu nem sei o que fazer numa audição.” Mas eles explicaram-me o que queriam e eu aceitei. Honestamente pensei que não ia ficar com o papel porque achei que tinha corrido mal, mas eles gostaram e fico-lhes agradecido. Cinco dias depois tive de voar para a Argentina para me preparar para a série. Foi rápido, inesperado. Nunca planeei entrar numa série, foi tudo muito rápido.
MR: E agora és um ator, um muito bom ator.
AH: Obrigado.
Formam uma dupla muito unida…
AH: Sim, desde o primeiro dia. Foi difícil para ambos, ao mesmo nível, porque foi a primeira vez que fizemos algo assim.
MR: Diziam-nos “Vão para ali!” por causa das luzes, das câmaras, do som… E nós ficávamos parados só a olhar um para o outro.
AH: Os primeiros dias foram uma confusão.
MR: No outro dia estávamos a falar de como as nossas personagens cresceram juntas da mesma maneira que nós crescemos juntos.
AH: Tínhamos de criar uma amizade na vida real e na série. Isso ajudou muito. Crescer, aprender, com a ajuda dos realizadores e da equipa.
A Maia estava a dizer que toca piano, mas era uma condição para ficar com o papel ou foi uma coincidência?
MR: Acho que apenas aconteceu, mas já agora pergunto a quem de direito. Era uma condição Anthony? [co-criador da série]
Anthony Falcon: Era… uma condição parcial. Digamos que um ponto de grande valorização no casting.
MR: O meu padrinho é professor em Berklee e é o diretor do departamento de piano, portanto desde pequenininha que toco piano. Portanto na série era mesmo eu a tocar piano, sempre.
Alex, como foi ter de viajar repentinamente para a Argentina para gravar a série?
AH: Alucinante! Foi tudo tão rápido. Liguei à minha mãe e disse-lhe “Mãe, vou à Argentina!” e ela perguntou “Por quanto tempo?” e respondi “8 meses.” e ela “O QUÊ?!? O que queres dizer com isso? Com quem vais? Vais sozinho?”. Felizmente levei um dos meus primos comigo e isso tornou tudo mais fácil, mas viver num país sozinho, num estilo de vida completamente diferente, cozinhar para mim próprio, limpar. As coisas simples são as que têm mais impacto e apreciamos ainda mais o nosso lar.
Como foi cantar e fazer todas as coreografias?
AH: Incrível!
MR: Aprendemos. O Alex ajudou-me muito com a dança. Honestamente, é um trabalho de equipa, com muitos ensaios. Mas foi divertido, porque ao final do dia cantar é o que mais gostamos de fazer na vida. Também gostamos de representar, mas adoramos as performances musicais.
AH: Era uma grande equipa num ambiente excelente de entre-ajuda. As coreografias eram fantásticas. Foi sempre muito divertido filmar as coreografias que envolviam todo o elenco.
O que gostam mais de toda esta experiência de “Kally’s Mashup”?
MR: Para mim é conhecer todas as pessoas que vêem a série. Ainda não estou totalmente acostumada a tudo isto. É estranho porque cada vez que conheço alguém, às vezes até no supermercado, fico tão agradecida.
AH: É a melhor parte de qualquer programa, porque filmamos “Kally’s Mashup” durante…
MR: Um ano…
AH: Ano e meio depois já com a estreia. Mas antes de ir para a televisão estávamos no estúdio o tempo todo, 24/7, não tínhamos feedback. Depois, quando finalmente começámos a conhecer as pessoas e apareceram os fãs a dizer que adoravam a série… isso é a melhor parte, quando chega o momento de interagir com os fãs.
Agora estão a viajar pelo mundo todo.
MR: É verdade. Ontem estávamos em Milão. No dia anterior em Paris. Hoje estamos em Lisboa. Amanhã já vamos para outra cidade.
Qual foi a parte mais difícil de toda esta aventura?
AH: Pessoalmente, como criar uma personagem. Porque como nunca representei, nem tive aulas de representação, foi o maior desafio e depois disso também aprender a receber das outras personagens, porque não nos podemos focar só em nós. Temos de aprender a analisar os sinais e como os outros estão a representar, adaptar-nos a isso. Porque isso também ajuda a construir a nossa personagem. O que os outros nos dizem, o que acontece entre as diferentes relações na série, a irmã, os amigos…
MR: Ser verdadeira. Manter a personagem o mais realista possível. Porque as crianças são muito espertas, é uma audiência que não pode ser de todo menosprezada. Elas percebem mesmo quando estamos a fingir, temos de sentir o que a personagem está a sentir, isso tem de transparecer. Porque se escolhem estar a ver a série e seguir aquelas personagens naquelas situações, é uma grande responsabilidade para nós. Temos de fazer o melhor possível para manter tudo real e genuíno. Se o sentirmos eles também vão sentir.
A série “Kally’s Mashup” foi recentemente renovada para uma segunda temporada e em Portugal está em exibição no BIGGS.