Let’s Talk #80 – Rui Constantino e o Inimigo Desconhecido

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O realizador Rui Constantino esteve à conversa com o Cinema Planet, a par da divulgação do seu mais recente filme “Inimigo Desconhecido”.

Uma carreira em construção em torno de homenagens aos clássicos da história do cinema.

De onde surgiu a ideia para este filme?

A ideia para este filme surgiu da minha grande vontade em querer fazer um tributo ao “Predator” (1987), que considero o meu filme favorito de sempre, com o meu ator favorito Arnold Schwarzenegger.

Sabia que tinha de criar uma história de raiz, sem nunca fugir à regra de um alien que viria ao nosso planeta, mas desta vez não seria para caçar, o Inimigo é um alien do tipo Indiana Jones, um explorador de mundos, que procura relíquias para o seu povo, o problema é que alguém disparou contra ele, e a partir desse momento, automaticamente torna-se inimigo, e isso é o centro de tudo.

Ao longo da sua filmografia, há uma clara inspiração em clássicos dos géneros de ação e ficção científica. Para este filme quais foram as suas inspirações?

As minhas principais inspirações foram: a saga “Predator”, a saga “Alien”, “Os Inimigos” (1985), “Eles Vivem” (1988) e a maioria clássicos sci-fi dos anos ’80, a minha era favorita de cinema.

Como costuma decorrer o processo de filmagens dos seus filmes?

O processo é muito fácil, o ambiente é muito bom, e há muita camaradagem entre todos. Sabemos que estamos todos ali com um objetivo de fazer e dar o nosso melhor para que os fãs dos nossos filmes, tenham o melhor do cinema independente possível. A fasquia está cada vez mais alta, e cada vez somos mais. Todos querem dar o máximo e isso vê-se no decorrer das filmagens, a energia com que todos começamos o dia, até ao fim do mesmo.

De um ponto de vista artístico, como foram desenvolvidos os efeitos visuais de “Inimigo Desconhecido”?

Os efeitos visuais foram criados por uma equipa totalmente americana, liderada pelo meu amigo Duke Sheppard, que já conta com cerca de 62 pessoas, todos eles membros de algumas companhias, e os restantes freelancers independentes de vários países que agora no tempo do Covid se juntaram a nós, por acreditarem nos nossos projetos e que querem dar o melhor de si para também ganharem algum CV extra no IMDB.

Algum momento especial ou curiosidade que queira destacar das filmagens e produção deste filme?

Para mim, um dos melhores momentos que jamais esquecerei foi o primeiro dia de filmagens, quando toda a equipa estava reunida, e todos os atores, alguns deles estreantes como o Pedro Pinecross (que agora tem vindo a destacar-se em projetos vindouros), estavam preparados para o começo de uma nova aventura nas vidas deles.

Ao olhar para eles, sabia que ali estavam para dar o seu melhor, e que mesmo sem muita experiência, foram adquirindo capacidades com o decorrer das filmagens, porque no fim do dia, todos se cumprimentaram e ficaram amigos, é assim o ambiente das nossas filmagens, num dia desconhecidos, no outro amigos, é uma experiência muito positiva.

Como sente que está a evoluir o seu processo de realização no decorrer da sua filmografia?

Está a evoluir de forma muito madura, até porque quando comecei em 2007, não fazia ideia que algum dia chegaria até aqui, e se me dissessem por antecipação o que iria acontecer jamais acreditaria, tudo se foi desenvolvendo progressivamente. Comecei por escrever os argumentos dos meus projetos e ainda sem nada definido de futuro, lancei a minha primeira curta-metragem, com um elenco enorme de amigos.

Devido ao seu sucesso, achei que tinha chegado a hora de criar a minha própria companhia, e aí nasceu a Constantino Filmes, comecei então por criar várias curtas nos anos seguintes para o canal de TV online no Facebook, Constantino Filmes TV, que agora passou a ser Unknown World Pictures TV, para que chegássemos a mais público tanto português como internacional. Deu resultado, os fãs foram começando a aparecer, inicialmente na maioria internacionais, porque o cinema que faço é muito diferente do que se faz em Portugal.

A nossa companhia é focada principalmente em filmes de ação, terror e ficção científica, e agora vai ficar ainda mais vinculada a isso, com a criação em 2017 da Unknown World Pictures e da NightShade Pictures que nos darão outra apresentação a nível internacional. Para além destas, tenho também a LX Studios especializada em efeitos especiais e visuais, da qual todos os membros nacionais e internacionais fazem parte.

De resto, sei que a evolução faz parte do processo, e o objetivo é sempre fazer mais e melhor, sempre com grande positividade e amizade. Este ano também conseguimos colocar 2 curtas e 2 longas no festival Lift Off Sessions 2020, no Reino Unido. Foi uma grande conquista para todos.

Qual é o maior obstáculo com que se depara na criação de um filme?

Os maiores obstáculos para mim são o orçamento, e também a procura de atores. Até porque todos os meus filmes são pagos por mim, e sabemos que temos um orçamento muito reduzido para fazer o filme que queremos. Por isso, há que encontrar a melhor maneira de alcançar o nosso objetivo, mas estou muito habituado a trabalhar no low budget e fazer do nada alguma coisa.

Também todo o trabalho dos atores é feito de forma voluntária, porque acreditam no projeto e querem dar o melhor de si, porque até mesmo num projeto sem remuneração, há sempre possibilidade de destaque, de um trabalho bem feito, e que pode dar nas vistas, e ser apreciado pelo público. Chego a receber mensagens dos fãs a evidenciar isso mesmo.

Quem faria parte do seu elenco de sonho?

Adoraria fazer um filme de tributo ao “The Expendables” (2010), mas neste caso com mulheres: “As Mercenárias” e ter a Catarina Gouveia, Alba Baptista, Carolina Carvalho, Joana Duarte, Filipa Nascimento, Inês Faria, Daniela Melchior e Júlia Palha, seria bastante interessante vê-las em ação e acredito que teria um grande impacto para o público português, porque seria diferente.

O que nos pode revelar sobre os seus próximos projetos?

Tenho muitos projetos em desenvolvimento, e temos trabalhado muito este ano, para que o nosso 2021, seja ainda de uma maior afirmação perante o nosso público e também perante o público que ainda não nos conhece, por isso em estreia já para o próximo ano temos a curta-metragem “O Artefacto”, que estreia no dia 12 de fevereiro, que nos fala sobre uma relíquia encontrada no Egipto, e que nos levará a uma viagem ao passado. Esta curta irá passar na integra no nosso canal de TV, assim como todas as curtas que fazemos, mas também pode ser adquirida na nossa loja online no Facebook (Shop Unknown World Pictures).

Depois temos para 21 de agosto, a estreia da nossa curta-metragem de tributo à saga “Jaws”, que aqui se intitula “Tubarão: O Regresso” – Após 33 anos de ausência ele regressa em toda a glória para deleite dos nossos fãs, que vão reconhecer muitos easter eggs de tributo à saga original.

Após isso temos também a curta-metragem do nosso tributo à saga “Halloween”, com um Michael Myers português, aqui interpretado pelo ator Pedro Pinecross e com o ator estreante Miguel D. Dias que irá interpretar o papel de David Loomis, filho do falecido Dr. Loomis, nunca antes visto em toda a saga, a não ser nos comics. “Halloween: Filho Pródigo” irá estrear no nosso canal no dia 31 de Outubro.

E por último fechamos com chave de ouro com o nosso tributo em forma de longa-metragem à saga “Star Wars”, com o nome de “Sith Wars EP I – O Regresso Dos Sith”, que de momento se encontra em filmagens, e que é sem dúvida o nosso maior desafio até à data. Mas estamos no bom caminho e a reunir cada vez mais elenco nacional e internacional, para dar a intensidade que queremos e mostrar que em Portugal, também se conseguem fazer filmes assim. O principal é manter a positividade e ter muita força de vontade para alcançarmos os nossos objetivos.

Depois temos também em desenvolvimento, mas em stand-by a nossa primeira série televisiva (misturada com reality show) inspirada no filme (“The Running Man – O Gladiador”, 1987). Nesta séria, “A Última Presa”, o público terá um papel determinante e votará no seu caçador favorito para apanhar a presa no jogo, o mesmo passado numa ilha sem saída, com 12 fases e 1 prémio. Em Outubro de 2019 filmámos o episódio piloto, mas ainda nos faltam mais 7 episódios e estamos à espera que o covid passe para regressarmos às filmagens.

Temos também a sequela da nossa maior curta de sucesso, “Sniper Português”, também para 2022 e temos também em desenvolvimento um tributo à guerra do Vietname, o nosso “Vingança de Sangue” aka Blood Vendetta, para 2022, e ainda em agenda para os anos vindouros mais 2 projetos, mas esses vou deixar em segredo.

Há que pensar com avanço para termos sempre bons projetos para o futuro, o céu é o limite. Só temos de acreditar e manter a positividade que tudo de bom, vem ao nosso encontro, mas claro nada se faz sem trabalho.

Ver também: Let’s Talk #77 – Hayden J. Weal, de duplo na trilogia “Hobbit” a realizador

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