Durante a Comic Con Portugal 2018, o Cinema Pla’net teve o prazer de conhecer Marjorie Liu e Sana Takeda. As vencedoras dos Eisner Awards 2018, com a série “Monstress”, contaram-nos um pouco sobre a sua paixão pela banda desenhada.
Em pouco mais de 10 minutos, ficámos a conhecer um pouco melhor este magnífico duo de artistas que enriquecem, sem dúvida, a banda desenhada contemporânea. Infelizmente não pudemos estar mais tempo com elas mas quem sabe, talvez um dia um de vós tenha essa oportunidade.
Vê também: Let’s Talk #52 – Michalina Olszanska, uma estrela em ascenção
Antes de começarmos, parabéns pelo vosso Eisner Award!
Obrigada! Muito obrigada!
Como é que vocês as duas começaram a trabalhar juntas?
Nós começámos a trabalhar juntas no “X-23”, um projeto de Marvel. Quando conheci a Sana ela era uma artista substituta num dos primeiros números de “X-23” e eu apaixonei-me tanto pelo trabalho dela que quando o artista regular abandonou o projeto eu pedi que trouxessem a Sana para o projeto. E foi um par feito no céu. Eu amei trabalhar com a Sana, ela foi uma das mais brilhantes artistas com quem eu tive o privilégio de colaborar.
Depois “X-23” terminou, passaram-se alguns anos e quando decidi que queria fazer o meu primeiro livro a Sana foi a primeira pessoa a quem pedi. E fiquei muito feliz quando ela disse que sim.
-Marjorie
A paixão pela escrita e pelo desenho, respetivamente, existiu sempre nas vossas vidas?
Sim, a paixão pela escrita esteve sempre na minha vida. Bem, retiro o que disse. A paixão por ler esteve sempre na minha vida. Desde pequena que amo ler, eu adorava livros, adorava alimentar a minha imaginação. E houve um altura em que começou a sair da minha cabeça. Primeiro com as minhas bonecas e depois com papel e caneta.
E desde essa altura, desde muito nova, que comecei a escrever histórias, mas nunca pensei que pudesse ser escritora. Nunca pensei transformar a escrita numa profissão, era apenas um hobbie. Foi apenas mais tarde, mais velha, que percebi, ‘talvez isto seja algo que eu possa fazer’. Mas no fundo escrever era um hobbie que eu simplesmente adorava.
-Marjorie
Perguntou o que é o desenho e a ilustração são para mim. Bem, eu gosto da língua e penso que a língua é muito divertida. Gosto de ler, de escrever, de ouvir e de falar. Mas quando eu era pequenina eu não era boa a utilizar a língua. Não sabia como me expressar e exprimir usando-a. Portanto, em vez da língua tenho utilizado o desenho. Então o desenho, a ilustração são a minha língua. É o que me exprime e o que tem sido a minha vida.
-Sana
Têm projetos futuros em conjunto?
Pretendemos concretizar vários projetos em conjunto depois de “Monstress” estar completa.
Podem ser mais específicas?
Não! (risos)
É uma surpresa não é?
Sim!
Então teremos de esperar para descobrir. O que imaginam caso ‘Monstress’ seja adaptado para o cinema?
Isso seria…Seria bastante interessante ver como é que alguém iria adaptar os gatos ao grande ecrã.
-Marjorie
Ah sim, os gatos! (risos)
-Sana
Acho que os gatos seriam muito difíceis de adaptar. No entanto, adoro imaginar a possibilidade.
-Marjorie
Vamos fazer a última pergunta porque o tempo está a ficar apertado. Nunca li “Monstress”. Porque é que eu deveria ler e porque é que vai valer a pena?
“Montress” é sobre uma jovem mulher que está a tentar encontrar o seu lugar no mundo. Ela teve uma vida muito difícil, uma infância complicada e muitas feridas emocionais das quais ela se está a tentar curar. Ela vai tentar reconstruir-se. E como personagem, penso que é alguém com quem muitas pessoas se identificam.
Há muitas jovens que nem sempre sentem que se conhecem sabes? Não têm amor próprio nem se percebem. E Maika é uma personagem que está a aprender, que está numa jornada para aprender a amar-se a si própria. E claro, este é um livro com mulheres, gatos falantes, monstros e magia. Penso que há um pouco de tudo para toda a gente.
Mais alguma coisa?
A incrível arte da Sana!
-Marjorie
Não ler o texto maravilhoso da Marjorie é uma pena. Ler “Monstress” dará aos leitores uma oportunidade de avançar e dar-lhes-á coragem para isso. Queria muito que lesse e que muitas outras pessoas lessem também.
-Sana