Ma, filme de Tate Taylor, protagonizado por Octavia Spencer, foi o filme da sessão de abertura do MotelX.
O filme conta a história de sue Ann, uma mulher empregada numa loja de animais e que, numa tarde, decide ajudar um conjunto de adolescentes a comprar bebidas alcoólicas. Será que quando a esmola é muita se deve realmente desconfiar?
Pela premissa percebe-se que o filme não é nada por aí além e nisso não engana. Começa com um ritmo lento e mantém essa lentidão até ao segundo ato. Isto significa então que só começa realmente a aquecer, no que toca ao terror, no final do filme. Porém, esses momentos conclusivos são rápidos, pouco satisfatórios e não fazem valer toda a espera a que o espetador foi sujeito. Tenta ainda construir relações subtis dentro da narrativa que depois são pouco eficazes e até previsíveis.
O filme não procura ser inovador e trabalha vários clichés que já conhecemos – as personagens dos jovens são uni dimensionais e estão apenas preocupados com problemas típicos do liceu – romances rápidos que o espetador dispensa ver e um estranho vício de andar sempre a beber em festas.
Outro grande problema do filme está na construção da protagonista. Trata-se de um filme de terror e é suposto temer ‘Ma’ (o nome pelo qual a Sue Ann fica conhecida), mas a verdade é que temos mais pena dela do que medo.
Além disso, há escolhas simples como por exemplo, o guarda-roupa que também foi económico num mau sentido. Não houve muito esforço, pois a protagonista está quase sempre com a sua bata de trabalho até a um ponto em que começamos a estranhar não haver essa mudança durante bastante tempo.
A atriz Octavia Spencer é a estrela do filme com uma performance sinistra e competente. Também Diana Silvers (uma das jovens personagens) está bem no seu papel. Contudo, o argumento não ajuda nenhuma das duas para que possam brilhar mais. Tanto uma como outra já tiverem papéis mais interessantes e bem construídos.
Ma é lento num sentido negativo,diverte com alguns momentos cómicos, mas não passa disso. Apesar de alguns momentos visuais perturbadores, não é assustador e muito menos bem construído.