“Palm Springs” é a primeira longa metragem do realizador Mark Barbakow cujo filme é protagonizado por Andy Samberg (Brooklyn Nine-Nine) e Cristin Millioti (How I Met Your Mother).
O filme estreou no festival de cinema Sundance para marcar a maior compra da história do festival por parte do serviço de streaming Hulu. A história passa-se durante um casamento no qual Nyles conhece Sarah, uma dama de honor irmã da noiva.
Eu não sabia nada sobre este filme antes de o ver e muito honestamente não acho que haja outra forma melhor de ver este filme. Esta produção que começa como apenas uma comédia romântica, subverte o género do seu filme ao misturar comédia com temas de ficção científica e drama. É uma subversão de género cuja surpresa foi semelhante à que tive com filmes como “The World’s End” de Edgar Wright que tal como “Palm Springs” introduz temas de ficção científica no final do seu primeiro ato.
Ambos os filmes são muito diferentes, porém estas surpresas de direção elevam ambos os filmes e no que toca a “Palm Springs” poderia ser um conceito difícil de compreender ou acompanhar, mas o realizador Mark Barbakow entrega uma simples e focada em personagens extremamente bem desenvolvidas.
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Personagens essas, cujas facetas são desenvencilhadas aos poucos ao longo do filme, quase como pecas de um puzzle. Porém, estas revelações são construídas de forma natural, muito devido ao elenco que transborda de carisma e química. Nunca tinha visto o Andy Samberg, apesar das diversas recomendações para ver “Brooklyn Nine-Nine”, este foi o primeiro filme que vi com o ator. Este demonstra-se confortável num papel que além de cómico também se apresenta um tanto deprimido mas sempre com vários tons de leveza.
Sem dúvida a melhor personagem do filme é a Sarah interpretada por Cristin Millioti. Se já gostava da atriz em filmes como “Wolf of Wall Street” ou na série “How I Met your Mother”, aqui eu acho que ela tem o devido tempo para brilhar como nunca antes. Penso que este seja o seu melhor papel. No que toca a desenvolvimento, esta é a personagem com o arco mais interessante e revelações mais surpreendentes do filme. É engraçada, carrancuda e também carinhosa, numa interpretação que espero que abra caminho para um futuro que sempre se mostrou promissor para atriz.
Também o J.K. Simmons (Whiplash) está no filme com um papel que se no texto é peculiar, na performance é o J.K. Simmons ao qual já estamos habituados, com presença mas que infelizmente desde “Whiplash” não nos traz nada que chegue ao nível dessa performance. Será que alguma vez ele irá superar esse papel?
Será cedo para dizer que este é um dos melhores filmes do ano? Para já é o meu segundo preferido e da maneira que as coisas estão o mais provável é ficar no Top 5. Digo isto com um sorriso nos lábios, e acredito que mesmo que saíssem vários outros filmes, este seria um que entraria certamente na lista dos melhores deste ano. Recomendo imenso “Palm Springs”!
O filme pode em alguns aspetos ser um tanto previsível, porém o roteiro de Andy Siara trabalha muito bem um conceito de ficção que dentro desse género já pode ter sido demasiado utilizado. A mistura de comédia romântica com sci-fi pode ser um dos pontos mais originais do filme, porém o argumento não iria resultar sem a dupla de personagens que carregam um filme leve mas surpreendentemente emocionante.