Numa altura em que existe uma procura de resgatar franchises do Sylvester Stallone, chega-nos o segundo filme de “Plano de Fuga”. O primeiro filme da saga estreou em 2013.
Nesta segunda entrada do franchise de Plano de Fuga, o filme realizado por Steven C. Miller conta a história de Ray Breslin (Sylvester Stallone). Após ter escapado da prisão no filme anterior, criou uma organização especializada em segurança. Porém, quando um dos seus membros de equipa é capturado numa nova prisão de alta segurança chamada HADES, ele terá de se infiltrar na prisão, com a ajuda de Trent DeRosa (Dave Bautista), para salvar o seu colega e descobrir quem está por detrás desta prisão.
Aviso de antemão que esta crítica será negativista na sua totalidade. O único ponto positivo que tenho para realçar sobre “Plano de Fuga 2” será a sua curta duração. É um filme de apenas 94 minutos. Daqui para a frente, esta crítica será um desabafo meu que necessita de ser solto. Estão, portanto, avisados.
Em primeiro lugar, começarei por falar pelo próprio marketing do filme que nos apresentou um filme diferente do produto final. Seja no poster ou nos trailers, os dois nomes que utilizaram para venderem o filme são, obviamente, os dos atores mais reconhecidos pelo público – Sylvester Stallone e Dave Bautista. Pois bem, Bautista quase que nem aparece no filme. E o Stallone tem mais presença em voz off do que à frente das câmaras. 80% do filme passamos com os que são, portanto, os protagonistas do filme, os atores Xiaoming Huang e Chen Tang, dois primos que se vêm enclausurados na prisão HADES.
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Em termos de performances, não se esperaria que fossem de um calibre digno de prémios. Porém, os actores são todos automatizados e sem qualquer sentido de naturalidade naquilo que estão a dizer. Não sei se a culpa seria do argumento recheado de clichês, onde se escreveram personagens sem qualquer profundidade, ou dos próprios actores. Porém, não é aqui que o filme brilha.
Passemos então para a ação, aquilo que as pessoas procuram ao ver um filme deste calibre. No caso em questão, a ação é totalmente incompreensível. Entre shaky camera e uma edição rápida e fugaz, as técnicas escolhidas não nos deixam visionar a acção na sua plenitude, e tiram espaço para a adrenalina se injectar no espectador. Apesar de a coreografia que os duplos realizam parecer ser interessante e complexa, a forma como está realizada e editada torna tudo confuso e sem gravidade.
Este é um filme sem sabor, seja no argumento, na realização, nas performances ou na banda sonora com ritmos electrónicos. “Plano de Fuga 2” é um filme barulhento, que apenas tem ruído visual para oferecer. Revela-se uma tarefa árdua visualizar o filme na sua totalidade. Conseguimos encontrar vlogs no Youtube com melhor sentido estético e narrativa mais competente que esta produção de Hollywood.