O realizador Ridley Scott encontra-se a preparar o seu retorno ao mundo de “Alien”, segundo informação fresca avançada pela revista Variety, mesmo depois de ter admitido que só poderia existir um “Alien”, assim como só existiu na realidade uma “Guerra das Estrelas” e que fazer sequelas de filmes deste tipo é como tentar fazer uma sequela de “2001: Odisseia no Espaço”.
Scott estará alegadamente a preparar o seu envolvimento como realizador de uma prequela de “Alien” ainda sem título, sendo que neste momento ainda está na fase da escrita do argumento. Esta informação surge ao mesmo tempo que as celebrações do 40º aniversário do filme original.
Ridley Scott deu origem ao primeiro filme da saga, o clássico “Alien” de 1979 mas posteriormente abandonou a franquia durante várias décadas. Voltou à sequência de filmes para realizar “Prometheus” de 2012 e “Alien: Covenant” de 2017. Numa entrevista à The Hollywood Reporter, Scott disse que queria que a saga fosse ao encontro de novas direções nas suas futuras encarnações, talvez porque os filmes mais recentes tiveram uma receção mais fria por parte da crítica, apesar do sucesso nas receitas de bilheteira.
Apesar de algumas dúvidas levantadas pela agora inevitável intervenção da Disney, que adquiriu a Fox, estúdio responsável pela saga “Alien, já foi garantido que uma franquia dirigida ao público adulto permanecerá sob a égide da Fox e no mês passado a Vice-Presidente da Fox, Emma Watts, avançou que o estúdio estava a planear mais sequelas.
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O filme original de 1979 celebrou, entretanto, neste Sábado, dia 25 de maio, os seus 40 anos desde que estreou pela primeira vez nos Estados Unidos e deixou toda a gente de boca aberta, mesmo que até inicialmente os atores tenham ficado um pouco de pé atrás porque não parecia haver muito diálogo. Isso ficaria amplamente justificado mais tarde, claro.
“Alien” chegou cheio de talento e muito novos talentos, como o caso de Sigourney Weaver, que teve aqui o seu primeiro papel em cinema mas também H. R. Giger, um pintor suíço cujo desenho dos xenomorfos se tornou num dos mais icónicos monstros da história do cinema.
Se anteriormente a “Guerra das Estrelas” tinha levado os humanos diretamente para o espaço longíquo, “Alien” trouxe os humanos para mais perto e a tripulação da nave Nostromo, Dallas (Tom Skerritt), Ripley (Sigourney Weaver), Lambert (Veronica Cartwright), Brett (Harry Dean Stanton), Kane (John Hurt), Parker (Yaphet Kotto) e andróide Ash (Ian Holm) queixam-se profusamente acerca da partilha do espaço na nave, o protocolo a seguir e o esquecimento a que são votados pelos seus responsáveis.
“Alien” é, na realidade um futuro humano muito centrado num presente pouco satisfatório, a nave tem vapor por todo o lado, tudo pinga e faz barulhos estranhos e o espaço é profundo e muito negro mas o espaço ocupado pelos humanos é tão ou mais alienado como a nave que vai em direção à lua LV-426 para investigações.
Sigourney Weaver acabaria por tornar-se num ícone inspirador e inesperadamente por ser a surpresa da saga porque era uma absoluta desconhecida e apesar de achar que “Alien” se enquadraria na estante das curiosidades, até porque tinha um orçamento muito reduzido, soube que conseguiria dar corpo a Ripley.
O filme acabaria por ganhar o Óscar para melhores efeitos especiais, claro, e com o tempo tornou-se num marco cultural tão poderoso como ingénuo e verdadeiro, bastando lembrar que, por exemplo, na icónica cena do extraterrestre a explodir do peito de John Hurt as expressões de terror dos atores à sua volta são genuínas porque aquela cena foi feita de uma só tentativa – um erro significaria ter de repetir daí a umas semanas, depois do cenário todo limpo da imensa quantidade de sangue falso.