O sabre de luz estreou-se com A Guerra das Estrelas em 1977 e desde logo a sua imagem tornou-se um ícone da história do cinema e do género da fantasia. O seu conceito simples, mas original, inspirou não só inúmeros brinquedos, mas também designs originais feitos pelos fãs da saga.
Nos filmes, o sabre de luz é um objecto semelhante a uma lanterna de mão que emite um feixe de luz capaz de cortar a maioria das substâncias, incluindo metais, com grande facilidade. É a arma predilecta dos Jedi e dos Sith e, sinceramente, nem sei porque me estou a dar ao trabalho de explicar. Quem não conhece “A Guerra das Estrelas”?
Roger Christian, decorador do set do filme “A Guerra das Estrelas”, conta a história de como o sabre de luz, tal como o conhecemos, foi inventado.
Quando vi a pintura de Ralph McQuarrie e a descrição do George [Lucas] do sabre de luz, sabia que isto seria o símbolo do filme. Era óbvio. Ele tinha inventado algo que toda a gente no mundo iria querer.
No entanto, não conseguia encontrar nada que ficasse bem. Levou-me à loucura. Tinhamos que preparar isto e eu estava a ficar preocupado. A equipa de efeitos especiais fez alguns parecidos com lanternas, mas simplesmente não pareciam bem. O George rejeitou-os.
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Em desespero, um dia, estava a fazer os binóculos do Luke e […] precisava de duas lentes para a parte da frente e havia uma loja de fotografia em Londres onde alugávamos sempre o nosso equipamento, por isso fui lá comprar as lentes e perguntei ao dono “Ouça, tem algo que possa interessar? Preciso de algo para fazer um punho de uma arma. Tem algo que eu possa dar uma olhada?”. E ele respondeu “Veja ali, há umas caixas cobertas de pó”. Literalmente na primeira caixa que peguei, havia estes manípulos de uma [câmara] Graflex e havia uns seis na caixa. E isto seria como ir em slow motion, com a música a subir. Tirei-os da caixa e foi como encontrar o Santo Graal. Eram objetos bonitos. Até tinham um botão vermelho.
Meti-me no carro e corri para o estúdio. Pensei, tenho que ter o punho. Tirei um pedaço de borracha e coloquei-o como um manípulo à volta. Encontrei uma peça de calculadora com os números aumentados e era como “bubble strip” e encaixava na perfeição. Segurei na minha mão e pensei: “É isto mesmo”. Telefonei ao George e disse-lhe que tinha que ver aquilo. Ele foi, pegou nele e sorriu. Com o George isso é mais que aprovação. Terão acertado no centro do alvo se conseguirem um sorriso. […]
Então, o primeiro que fiz custou cerca de 12 doláres americanos.