Samitério de Animais, filme inspirado numa obra de Stephen King, renasce no cinema contemporâneo pelas mãos de Kevin Kölsch e Dennis Widmyer. Tenso do começo ao fim, é sem dúvida, um bom contributo para o terror.
A família Creed – Louis (Jason Clarke), o pai de família médico, Rachel (Amy Seimetz), a sua mulher, e os dois filhos Ellie (Jeté Laurence) e Cage (Hugo e Lucas Lavoie) – muda-se para uma casa perto de uma perigosa autoestrada em Maine. O outro membro fundamental da família é Church, o gatinho de Ellie.
Jud (John Lithgow) é o vizinho velho viúvo que acaba por apegar-se à família e mostrar a Louis o terreno que está para lá do cemitério dos animais.
Durante um turno, Louis recebe de urgência um homem, Vitor Pascow, que acaba de ser atropelado e está em estado grave. Depois de morto, acorda de repente e avisa o médico que as barreiras não devem ser ultrapassadas.
Sem perceber exactamente o que aquilo significava, Loius passa a fronteira do cemitério dos animais quando Church morre atropleado para o enterrar num local escolhido por Jud. Para seu espanto, o gato regressa, mas não parece ser o mesmo.
O argumento, inspirado no livro de Stephen King, é extraordinário e atemporal. Afinal, a morte é algo que muitas pessoas evitam pensar quanto mais falar. Contudo, a ideia de uma reencarnação maléfica é incrível e inquietante.
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O elenco está competente, destacando-se Jason Clarke e John Lithgow. As crianças não têm o destaque suficiente que a história pede, e apesar de Jeté Laurence se esforçar, não consegue ser autêntica o suficiente. Amy Seimetz faz o máximo que consegue com a sua personagem unidimensional.
O melhor do filme está na tensão, na ambientação dark que o percorre. Ficamos satisfeitos com um final trágico e fascinante. Isto se formos verdadeiros apaixonados pelo terror.
Geralmente os remakes não são desejados pelos fãs de clássicos, sobretudo se estes se limitarem a imitar a obra anterior. No título fiz um trocadilho de propósito, pois esta história também regressou. Contudo, de um modo diferente. A história mantém-se, mas com algumas alterações que não vou revelar para não vos estragar a surpresa.
Apesar das agradáveis inovações, nem todas as ideias foram exploradas o suficiente, ou pelo menos, apenas foram mencionadas superficialmente.
De qualquer modo, Pet Sematery faz jus à versão anterior e, em última análise, àquilo que o terror deve ser. Intriga-nos, mexe com a nossa consciência e consegue pôr-nos a pensar como agiríamos se estivéssemos na mesma situação. Não há nada melhor que rematar um final com um plot twist que nos dá a volta à cabeça.