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She-Ra 5ª Temporada – Um final que fica para a história

Maria Lima
  • Junho 5, 2020
  • 4 min read

Junho é o mês Pride e para arrancar em grande chega a crítica da última temporada da série de animação She-Ra e uma opinião sobre os acontecimentos no geral.

Esta série teve talvez o final mais ‘groundbreaking’ no que diz respeito à animação para os mais jovens. Se ainda não viste então pára agora de ler, vai ver a série toda e depois volta porque iremos falar de SPOILERS! Estão prontos? Então pela honra de Grayskull!

A última temporada saiu há umas semanas atrás e gostaríamos de falar dos momentos que mais gostámos, as personagens que tiveram melhor desenvolvimento e o final que foi um momento histórico na animação para jovens.

As Princesas

Ao contrário da série dos anos ’80, esta teve um leque de várias princesas com várias personalidades e desenvolvimento. Todas tiveram o seu momento mas confesso que a que mais me impressionou foi a Entrapta, que começou por apenas se interessar pela ciência e tecnologia a todo o custo para aprender que os relacionamentos e a conexão com os outros é o que de facto traz alegria e felicidade.

Catra

Catra é sem dúvida uma antagonista fantástica. O seu trauma de abandono e o facto de não enfrentar os seus sentimentos em relação a Adora levaram-na a tomar decisões terríveis. O seu desenvolvimento foi uma surpresa nesta última temporada onde Catra finalmente se apercebe de que o sentimento egoísta de não querer partilhar Adora com mais ninguém não a levou a lado nenhum a não ser à constante solidão.

Ela finalmente junta-se à Adora e às Princesas para derrotar o Horde Prime. Há todo um trabalho para ela se redimir, não há redenção através da morte e sacrifício mas sim a enfrentar os erros cometidos e a trabalhar para ajudar os restantes.

Shadow Weaver

A Shadow Weaver foi uma antagonista mais de fundo, porém nunca perdeu o seu charme e interesse. Desde a sua obsessão com Adora como a sua sede de mais poder e magia, Shadow Weaver trouxe um gostinho diferente no leque de vilões desta série destacando-se de Hordak e Horde Prime.

Se havia alguém a quem Catra sempre quis impressionar, era Shadow Weaver. O meu momento final foi muito emocional devido a esta relação e ela finalmente dizer a Catra o quão orgulhosa estava dela e se sacrificar para a salvar foi talvez dos momentos mais bonitos.

Não talvez pelo sacrifício em si mas sim pela forma como Shadow Weaver finalmente percebeu que nunca iria conseguir resistir a tanto poder e que a única maneira de proteger e salvar Eternia.

A Última Transformação

Se vês She-Ra sabes que Adora tem de se transformar. Cabelos, armadura, roupa, todo um novo look para se preparar para a batalha. Durante todas as temporadas a transformação era a mesma, até Adora salvar Catra nesta última temporada e voltar a ser She-Ra.

Adora durante os primeiros episódios não conseguia transformar-se, isso fez com que se sentisse inútil e incapaz de defender Eternia e os seus amigos. Mas mesmo sem poderes ela avança para salvar Catra do Horde Prime e é nesse momento, com Catra nos seus braços que ela tem a nova transformação: mais feminina, mais adulta. É nesse momento que Adora se torna mulher e não menina.

O Grande Momento

Desde o primeiro episódio que sabemos que o conflito entre Adora e Catra é o centro da narrativa. Duas amigas que cresceram e treinaram juntas para mais tarde se separarem e lutarem em lados opostos. Tudo isto porque sentimentos não foram falados e ficaram reprimidos. No episódio final, Catra finalmente confessa que ama e sempre amou Adora e que apenas queria que ela ficasse do seu lado.

É um momento emocionante e com direito a um ‘on-screen kiss’. Este momento é fundamental pois é algo que nunca tínhamos visto ainda na animação: duas protagonistas do mesmo sexo partilharem um beijo de amor.

Espero que vocês tenham adorado esta série tanto como nós! Ficamos a aguardar o tão esperado reboot do He-Man, pelas mãos de Kevin Smith, que se baseia no mesmo universo que She-Ra (nos desenhos animados de ’80 eles são irmãos gémeos).

Maria Lima
About Author

Maria Lima

M.J.Lima nasceu no Porto onde estudou Teatro Contemporâneo e Dança. Depois de quase 10 anos no mundo do espetáculo decidiu ir viver para Londres onde trabalha como escritora de Banda Desenhada e jornalista de Entretenimento.

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