Lançada pela Netflix, “The Keepers” acompanha uma investigação cheia de suspense sobre um crime cometido em 1969. A série vem juntar-se à onda de documentários sobre crimes como “Making a Murderer “ou “The Jinx”.
A irmã Cathy Cesnik foi assassinada quando tinha 26 anos. Para além de freira, leccionava também numa escola para raparigas, a Archbishop Keough High School. Porém, a escola escondia um tenebroso segredo. O capelão da escola, Joseph Maskell, seria um pedófilo que dominava as suas vítimas psicologicamente e usava a religião para cometer os seus crimes e influenciar todos os que o rodeavam.
Apesar de a narrativa ser um pouco desorganizada, “The Keepers” tem uma excelente banda sonora e é lindamente filmado. O melodrama, que ocasionalmente aparece, vai quebrando um pouco a sua fluidez e, se o espectador estiver habituado a ver documentários sobre crimes, facilmente se apercebe de algum sensacionalismo na narrativa. Porém, a história real é o que nos agarra e nos prende.
Fazendo lembrar o filme “Spotlight”, também sobre o escândalo de pedofilia na igreja, esta série entrevista testemunhas importantes, polícia, antigos estudantes da escola onde a irmã trabalhava, jornalistas locais e membros das famílias afectadas por esta rede de crimes. Mais do que uma simples história sobre crimes, a série é sobre um grupo de mulheres corajosas (antigas estudantes da irmã) que nunca pararam de tentar descobrir o que realmente aconteceu e de encontrar provas para que fosse feita justiça.
Este é um daqueles casos em que a popularidade levou a que a polícia americana reabrisse a investigação deste caso. Os restos mortais de Joseph Maskell foram exumados para a realização de testes de ADN, no entanto, nada foi comprovado.
Nomeado para os Emmys na categoria Melhor Documentário ou Série de Não-ficção, “The Keepers” é um admirável e eficaz documentário que encoraja os espectadores a questionar aquilo que os rodeia e a pensar mais profundamente.