Foi Popeye, génio da lâmpada, psicólogo, professor, ama-seca. Começou como comediante e, aliás, nunca deixou de o ser, tendo levado esse seu talento a outros palcos para lá da costa oeste.
O mítico “capitão” John Keating deixou o mundo real em 2014, passando a figurar unicamente nos ecrãs da sétima arte. Deixou um legado de talento que muito poucos atores se podem gabar de ter. Robin Williams é, sem dúvida, um dos grandes artistas do século XX.
Contudo, o ator era um pouco como o palhaço Pagliacci, que não conseguia rir de si mesmo. O seu humor e carisma incrível não lhe garantiram uma vida feliz. O seu sucesso foi abafado por casos de droga, álcool e reabilitações, acabando em suicídio. Uma vida de loucura própria de um ator de cinema, o que não escondeu a sua genialidade. Para ele, “the worst thing in life is to end up with people who make you feel all alone”. E isto diz muito do seu estado de espírito. Era assim que ele se sentia, o que deixa uma marca de arrependimento em quem nunca lhe agradeceu por todas as gargalhadas.
O psicólogo de Will mostrou em vida todo o seu talento. Foi, como gosto de referir, um homem de todas as artes. A ama-seca que fez rir o mundo inteiro em 1993 fez parte do coração de muita gente, assim como o locutor de rádio de “Good Morning, Vietnam”. Em “Dead Poets Society”, o professor diz que “palavras e ideias podem mudar o mundo”. E foi mesmo isso que ele fez enquanto ator e comediante. Todos os seus papéis foram irreverentes e contagiantes. Trouxeram mais alegria ao mundo, e é isso que deveria ser a maior satisfação de quem atua em frente da câmara. E não conheço ninguém que não sinta nem um pouco de empatia por ele. Como Barack Obama disse, aquando da sua morte:
“He was one of a kind.”
E é por essa razão que nos devemos lembrar dele para sempre.