“Zona de Interesse”: Terror de um Verdadeiro Demônio

Rudolf Höss a fumar um cigarro
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Tabela de Conteúdo

“A Zona de Interesse”, dirigido por Jonathan Glazer, transforma o cinema de terror com uma abordagem inovadora ao Holocausto. Música, cinematografia e narrativa se unem para uma experiência cinematográfica única.

Resumo:

  • Jonathan Glazer apresenta uma abordagem única ao filme sobre o Holocausto, focando nas tarefas mundanas e ocultando o terror.
  • A trilha sonora de Mica Levi estabelece um tom arrepiante e aterrorizante para o filme.
  • A cinematografia digital contemporânea e câmeras escondidas intensificam o terror da narrativa.
  • Glazer desafia gêneros com “A Zona de Interesse”, oferecendo uma nova forma de terror que reflete sobre eventos políticos.

A Abordagem Singular de Jonathan Glazer

Jonathan Glazer é reconhecido por sua habilidade em transitar por diferentes gêneros cinematográficos. Desde o início com “Sexy Beast” até chegar a “A Zona de Interesse”, Glazer tem mostrado uma predileção por desafiar expectativas. “A Zona de Interesse”, uma adaptação livre do romance de Martin Amis, destaca-se das dramatizações convencionais do Holocausto ao adotar uma abordagem de terror, onde o verdadeiro terror reside nas entrelinhas da rotina diária dos personagens.

Uma Trilha Sonora Inesquecível por Mica Levi

A colaboração entre Glazer e Mica Levi traz uma dimensão aterrorizante para “A Zona de Interesse” desde os primeiros momentos do filme. Com uma combinação de sons industriais e uma atmosfera perturbadora, Levi e Glazer criam uma experiência auditiva que imerge o espectador no cenário assombroso do Auschwitz sem recorrer a imagens explicitamente traumáticas. Esta abordagem sonora não apenas define o tom do filme, mas também reforça sua mensagem subjacente sobre a proximidade do genocídio e a facilidade com que a maldade pode ser ignorada.

Inovações na Cinematografia

Familia Höss a divertir-se junto da piscina
© A24

“A Zona de Interesse” destaca-se pela sua estética digital nítida e uso de câmeras escondidas, oferecendo uma perspectiva crua e imersiva da vida no comando de Auschwitz. Ao invés de suavizar a realidade com técnicas convencionais, Glazer e o diretor de fotografia Łukasz Żal utilizam a tecnologia para aproximar o público dos horrores do Holocausto de maneira inédita. Este método não só captura a banalidade do mal como também questiona a nossa cumplicidade silenciosa.

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Definindo um Novo Gênero de Terror?

Jonathan Glazer, com “A Zona de Interesse”, não apenas cria um filme de terror sobre o Holocausto, mas também propõe uma reflexão sobre como o cinema pode explorar eventos políticos significativos. Este trabalho, que desafia classificações de gênero, serve como um exemplo de como o terror pode ser uma ferramenta poderosa para examinar a condição humana e os eventos históricos, deixando uma impressão duradoura sobre a sua audiência.

“A Zona de Interesse” de Jonathan Glazer é uma obra-prima que redefine os limites do cinema, provando que o verdadeiro terror muitas vezes reside naquilo que é comum e familiar, e não apenas no explícito ou no sobrenatural. Com sua abordagem única ao som, à imagem e à narrativa, Glazer nos convida a refletir sobre a natureza do mal e a importância da memória histórica.

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