Conhece 7 das piores adaptações de livros em 2017

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Em 2017, estrearam-se numerosos filmes (e séries) baseados em aclamadas obras literárias. O resultado nem sempre foi tão aclamado e em certos casos destruiu realmente o conceito da obra em que foi baseado.

Nestes dias é difícil encontrar um filme que seja baseado numa ideia totalmente original. Vamos facilmente encontrar prequelas e sequelas. Damos de caras com novas versões de filmes geniais de há 20 anos (ou mais). Sobretudo, vemos adaptações de livros que atingiram o topo dos livros mais vendidos.

Não é necessariamente algo mau, sempre houve adaptações de obras literárias. Aliás, até é uma categoria nos vários prémios de cinema. Muitos clássicos foram baseados em livros e, em alguns raros casos, o filme acabou por ser melhor que o livro – O Padrinho/The Godfather e Os condenados de Shawshank/The Shawshank Redemption são alguns exemplos. Mesmo assim, são casos raros.

A adaptação nem sempre funciona, e acabamos por dizer ao sair da sala: “Era bom, mas o livro é tão melhor”. Às vezes a re-leitura do livro é obrigatória para garantir que era mesmo bom, sendo o filme tão mau. É desses filmes que decepcionam que falamos.

O Boneco de Neve (2017)

O Boneco de Neve (Snowman) do autor norueguês de sucesso Jo Nesbø, é um dos excelentes “thrillers” liderados pelo detective Harry Hole, que investiga o desaparecimento de uma mulher. A única pista é um cachecol rosa à volta de um boneco de neve, que parece confirmar a presença de um assassino em série.

O filme tem tudo para dar certo. Uma trama policial com direito a toques sombrios no melhor estilo de Seven, feito por um realizador em ascensão (Tomas Alfredson) e protagonizada por uma estrela respeitada, Michael Fassbender. O realizador demonstra uma impressionante incapacidade em desenvolver ou esmiuçar a trama de forma a construir um envolvimento crescente.

Para além disso apresenta extrema dificuldade em desenvolver as suas personagens principais. O espectador não se consegue afeiçoar nem ao detective de Fassbender nem à agente novata interpretada por Rebecca Ferguson, sendo que ambos não formam uma dupla coesa como investigadores.

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O Círculo (2017)

O Círculo (The Circle) baseado no thriller à George Orwell de Dave Eggers. A obra conta-nos a adaptação de uma jovem e talentosa nova funcionária, interpretada por Emma Watson, numa poderosa e omnipresente empresa de tecnologia, marcado pela promessa de uma liberdade extrema, que acaba com uma supervisão completa, levando ao lado mais negro, à “Big Brother”, da omnipotente empresa liderada por Tom Hanks.

A crítica não pode recair sobre os intérpretes, apenas sobre a forma como se transforma, pelo próprio autor, uma obra interessante num filme cheio de clichés que retiram poder ao espectador. Tudo é mastigado, muito óbvio e definitivo, falta margem de interpretação e desenvolvimento de personagens.

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Um Crime no Expresso do Oriente (2017)

Um Crime no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express) é baseado numa das muitas obras da rainha do crime, Agatha Christie.

Esta segunda adaptação no cinema conta com os muito talentosos e reconhecidos Johnny Depp, Michelle Pfeiffer, Josh Gad, Judi Dench, Leslie Odom Jr, porém, para além do elenco de estrelas, considera-se que o Kenneth Branagh não atinge a maestria da brilhante mente de Hercule Poirot. O filme é demasiado estático e demorado.

Aproveita para ler a nossa crítica: “Um Crime no Expresso do Oriente”, de Kenneth Branagh

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Antes de Vos Deixar (2017)

Antes de Vos Deixar (Before I Fall), baseado no romance de Lauren Oliver, fala-nos de uma popular adolescente que morre num acidente de viação e é forçada a reviver o dia da sua morte sete vezes. Inicialmente para evitar o seu destino, depois para corrigir os seus erros.

O leitor passa de desgosto a empatia por esta adolescente perdida. A versão cinematográfica, positivamente feminista (da realização à interpretação), tira a possibilidade do espectador pensar, tirar conclusões e, até certo ponto, ser surpreendido,  ao impor uma “voz-off” e quase que tenta empurrar uma lição de auto-ajuda que não funciona.

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Viver na Noite (2016) – com estreia em Portugal em 2017

Viver na Noite (Live By Night) de Dennis Lehane, integra a trilogia que conta a história de um ladrãozeco durante a época da proibição americana, que constrói o seu império de tráfico de rum na costa este. Dá a versão completa da história do gangster. Conta como este se pode envolver no mundo do crime sem deixar de ser uma boa pessoa. Na tela a interpretação fica a cargo de Ben Affleck (que também realiza), Elle Fanning, Zoe Saldana e Sienna Miller.

Apesar do título, é um filme diurno que busca uma nova visão mas termina pálido, como o seu protagonista. Este não consegue criar aquele tipo pragmático que não se deixa afectar pelos revezes do mundo dos negócios dentro do crime que o livro promete. A interpretação de Affleck não transmite plenamente a complexidade da sua personagem, perdendo brilho.

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A Torre Negra (2017)

A Torre Negra (The Dark Tower) baseia-se na série de oito livros do aclamado autor de terror, Stephen King. É uma série literária que cruza brilhantemente os géneros de horror, western, ficção científica.

O filme pretende ser uma nova abordagem das livros, mais do que uma adaptação. Um pistoleiro chamado Roland Deschain (Idris Elba) percorre o mundo em busca da famosa Torre Negra, um prédio mágico prestes a desaparecer. Essa busca envolve passagens entre tempos diferentes, encontros intensos e confusões entre o real e o imaginário. Assim como uma intensa perseguição ao poderoso Homem de Preto (Matthew McConaughey).

Baseado numa obra literária complexa, o filme, no entanto, é bem simples. E, pior, completamente genérico. A verdade é que estamos diante de apenas mais uma aventura de ficção/fantasia. Não oferece nada de novo e investe em clichés mais que conhecidos da sétima arte e do cinema infanto-juvenil.

Aproveita para ler a nossa crítica: “A Torre Negra”, de Nikolaj Arcel

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A Montanha Entre Nós (2017)

A Montanha Entre Nós (The Mountain Between Us) é uma obra de Charles Martin, que nos conta como dois desconhecidos decidem afretar um avião que acaba por cair e ficam feridos gravemente. Perdidos no meio da montanha são obrigados a confiar um no outro para sobreviver.

É uma magnífica história sobre sobrevivência e acaba por ser também uma história improvável de amor. No cinema, os intérpretes são os maravilhosos Kate Winslet e Idris Elba que conseguem salvar a péssima adaptação de um guião que se tornou pobre e perdeu toda a sua magnitude e grandeza, escolhendo caminhos fáceis, arrasando com a obra.

A obra na tela não funciona como ação, drama de sobrevivência ou romance.

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