A nova série da TVI, O Arquiteto, aborda questões profundas em torno do consentimento e da luta das mulheres contra abusos, inspirando-se em eventos que marcaram a história recente de Portugal.
Resumo:
- A série “O Arquiteto” explora a gravação de relações sexuais sem consentimento, ecoando o escândalo de Tomás Taveira.
- A autora, Patrícia Muller, defende uma narrativa centrada nas mulheres e na luta coletiva contra abusos.
- Embora a série gere controvérsia, espera-se que provoque uma reflexão sobre consentimento na sociedade contemporânea.
O Que É O Arquiteto e Qual É a Sua Importância?
O Arquiteto é uma série de época que estreou recentemente na TVI, retratando o mundo dos anos 90, onde um arquiteto, interpretado por Rui Melo, filma relações sexuais sem o consentimento das mulheres. Esta narrativa não é apenas ficcional, mas uma adaptação de eventos que chocaram a sociedade portuguesa na altura, particularmente o escândalo envolvendo o arquiteto Tomás Taveira.
Patrícia Muller, a mente criativa por trás da série, enfatiza que a trama não deve ser vista como a glorificação de um homem, mas sim como uma:
“História de mulheres que lutam juntas.”
Ela afirma que o objetivo é dar voz às mulheres que foram vítimas de abusos e mostrar a força da solidariedade feminina na luta contra essas injustiças.
O Que Inspirou Patrícia Muller?
A escolha dos anos 90 como contexto histórico não é ao acaso. Muller quis revisitar uma época em que a sociedade ainda lutava para acabar com a cultura do silêncio em relação ao consentimento.
“Quis mostrar o contexto da época e algumas personagens como se fossem nos dias de hoje.”
Segundo a autora, abordar temas tão sensíveis é fundamental, e ela acredita que a ficção é uma poderosa plataforma para fazer refletir. O Arquiteto pretende promover discussões sobre os limites do consentimento e como os comportamentos em torno deste conceito evoluíram ao longo dos anos.
Muller também adverte sobre a importância de transformar o conceito de consentimento numa luta coletiva, uma causa que deve ser defendida por todos. Ela menciona episódios reais que conheceu e que inspiraram a série, incluindo casos de violação de privacidade e abuso de confiança, que continuam a ocorrer.
As Consequências da Exposição

Com a estreia da série, o público teve reações mistas. Enquanto muitos apoiam a trama e a sua relevância, outros expressaram críticas, temendo que a série fosse percebida como uma tentativa de glorificar o protagonista.
Rui Melo, que desempenha o papel de Tomé Serpa, optou por não fazer muitos comentários sobre a controvérsia. Contudo, fez uma afirmação clara sobre a sua posição: defende a necessidade de discutir abertamente questões de consentimento. Ele vê O Arquiteto como uma oportunidade para tocar em temas que muitas vezes são evitados nas conversas públicas:
“E a denúncia. Sempre. É uma obra de ficção, escrita pela Patrícia Muller, uma mulher. Sobre mulheres”
O Que Esperar do Futuro?
Patrícia Muller já está a trabalhar em novo material e promete continuar a explorar as complexas dinâmicas de poder entre homens e mulheres na sociedade. O seu próximo romance, previsto para 2026, abordará comportamentos perturbadores que persistem nas interações sociais humanas.
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A série O Arquiteto é, sem dúvida, um passo importante para a sensibilização sobre consentimento e como a luta das mulheres deve ser uma preocupação coletiva. É um convite à reflexão sobre como a sociedade pode evoluir e melhorar.
Conclusão
A série O Arquiteto amplia o debate sobre a importância do consentimento, mostrando que, independentemente do que se tenha passado no passado, é essencial aprender e avançar. Com a luta das mulheres no centro da narrativa, a série convida todos nós a não apenas assistirmos, mas também a refletirmos sobre o impacto que comportamentos não consentidos podem ter em nossas vidas.



