Com apenas 19 anos, acarretou 7 grammy’s com o seu álbum mais recente “When We All Fall Asleep, Where Do We Go?”.
O álbum foi escrito e produzido por Billie Eilish e o seu irmão Finneas, na humilde casa de infância de ambos. Lançado a 29 de Março de 2019, contava já com 194 milhões de streams na primeira semana.
Uma história contada na primeira pessoa
O documentário sobre a vida e carreira de Billie Eilish estreou dia 26 de Fevereiro, na Apple TV +. A obra cinematográfica de R.J Cutler, traz-nos um olhar bastante íntimo à vida da cantora, dando-nos acesso ao mundo de uma das artistas mais brilhantes da atualidade.
No momento exato em que iniciamos o filme, é óbvia a importância que a música tem na vida de Billie. Desde pequena, rodeada de instrumentos, habituada a cantar com o seu irmão Finneas e a tocar com os seus pais. Tal como ela nos refere “A nossa família era uma grande canção.”
É assim perceptível a ligação admirável que Billie Eilish tem com a sua família, sendo esta a grande base de tudo. Apesar de percorrer o mundo inteiro atualmente, a sua casa mantém-se em Los Angeles, como sempre a conheceu. Casa essa que viu nascer o seu álbum, escrito e produzido no quarto do seu irmão, Finneas. Repleto de momentos incríveis para qualquer fã da cantora, possibilitando a sensação de que estamos presentes na criação de algumas das nossas músicas favoritas.
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No documentário, é extraordinário observar o contraste entre a sua vida pública e privada. Sendo que graças à sua família, apesar da constante turbulência bem própria da fama, esta última se manteve quase igual. E talvez seja essa uma das maiores razões pelas quais a cantora sempre se manteve fiel a ela mesma. Uma das cenas que representa este mesmo contraste, é quando Billie se apresenta para anunciar o lançamento do seu novo álbum, com um fato da Louis Vuitton e na cena seguinte, está a ser lavado pela sua mãe na sua casa de infância.
De destacar também, os momentos que revelam a sua relação com os fãs, que a mesma diz considerar como uma parte dela e não como seus seguidores. Sabendo Billie melhor que ninguém o que é ser uma grande fã de alguém, sendo que com apenas 12 anos dizia estar completamente apaixonada pelo Justin Bieber. Mais tarde veio a conhecê-lo, tendo ainda Justin Bieber reconhecido o seu talento, acabando por criar uma relação de amizade com o seu ídolo de infância.
É possível ainda ver toda a preparação para o Coachella de 2019, um dos festivais mais importantes na Califórnia, sendo que é considerado o local onde se definem as tendências de moda e musicais para o ano seguinte e onde a cantora esteve presente. Concerto esse que aos olhos da grande maioria foi fenomenal, no entanto, mal imaginaríamos a forma como a cantora se sentia descontente com a sua performance. Inúmeras são as vezes em que mostra as suas fragilidades, próprias do ser humano comum. E que nunca pretende que sejam ocultadas.
Algo que também não era do conhecimento do público, era a sua relação com o rapper Q, que é mostrada no filme de forma bastante crua. E onde mais uma vez, é realçada a forma como Billie quis mostrar a realidade de uma relação e as dificuldades em mantê-la quando uma das partes não está tão comprometida.
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Por fim, é verdadeiramente impressionante ver como Billie Eilish, se manteve com os pés bem assentes na terra, enquanto a sua carreira levantava voo a uma velocidade alucinante.
O filme retrata assim, bem de perto, a ascensão da artista até ao momento presente. As suas vitórias, as suas relações, a sua infância, o que nos faz perceber que nem tudo é tão bonito como a fama faz parecer e Billie Eilish pretende deixar isso bem claro. A ideia não é esconder nada, mas mostrar que a vida é mesmo assim, repleta de bons e maus momentos. No entanto, no fim, tudo vale a pena quando temos quem mais amamos ao nosso lado. Um filme que inspira os espectadores e que nos faz acreditar que quando queremos, tudo é realmente possível. O tipo de documentário que nos faz levantar da cadeira e correr atrás dos nossos sonhos.